C. de Eliseu - Um Quilo de Profeta, um saco de farinha [2011]




Comentário Extra 2011.

UM SACO DE FARINHA, UM QUILO DE PROFETA.

 

 

"Depois Eliseu voltou a Gilgal. Nesse tempo a fome assolava a região. (...) Ele ordenou ao seu servo: "Ponha o caldeirão no fogo e faça um ensopado para estes homens". Um deles foi ao campo apanhar legumes e encontrou uma trepadeira. Apanhou alguns de seus frutos e encheu deles o seu manto. (...) O ensopado foi servido aos homens, mas, logo que o provaram, gritaram: "Homem de Deus, há morte na panela!". (...) Então Eliseu pediu um pouco de farinha, colocou no caldeirão e disse: "Sirvam a todos". E já não havia mais perigo no caldeirão".

 

(Trechos de II Reis 4. 38- 41 – NVI).

 

Vez ou outra os noticiários nacionais divulgam o quanto somos um país de desperdícios. Aos mais conscientes, chega dar tristeza de ver a comida, a água e os recursos que jogamos fora, de propósito, por ignorância, por egoísmo e gula. Para explicar melhor veja esses números: O Brasil é um dos principais produtores de alimentos do planeta. O país desperdiça mais de R$12 bilhões em alimentos. O que poderia alimentar 30 milhões de pessoas carentes. Do plantio passando pelo transporte, comercialização, armazenamento, industrialização, varejo, processamento culinário e hábitos alimentares, as perdas totalizam 64% em toda cadeia, conforme dados da revista Veja número 1749. Se isso fosse evitado, haveria mais alimentos à disposição no mercado e os preços sofreriam redução para todos (oferta vs procura).

A importância de ressaltar isso serve para evidenciar nossa má mordomia, o mau uso do solo, das riquezas naturais, das tecnologias. É claro que tanto desperdício lança um custo alto sobre o homem, a terra, as relações e sobre a vida em geral. Isso é, juros altos, especulação, inflação e etc. A "morte" que enche a panela dos brasileiros. Todas essas coisas são frutos do pecado de nosso pai Adão, e estão perfeitamente descritas no livro de Gênesis (3. 17- 19). Isso faz de todas essas coisas, um problema espiritual. Alias, a falta de espiritualidade é fonte de todos os males que assolam a humanidade.

Leia esse devocional também!

Eliseu tinha plena certeza que lhe era uma obrigação ministrar sobre esse problema. Precisamos de profetas que levem a sociedade a falar abertamente sobre fome, desperdício, responsabilidade sócio-cristã e tudo mais. Precisamos de profetas que tenham farinha pra tirar a morte da panela (a coloquíntida, de forte efeito purgativo, v. 39).  Eu estou cansado de profetas sem consciência, que dançam no êxtase de suas visões, sob a música de visões futuras. Maravilhados com a ideia de megatemplos, programas de TV e com o dinheiro que entra no caixa da igreja; fruto de suas pajelanças. Enquanto isso, a morte continua a habitar as panelas do povo. Entram pelo desperdício, pela corrupção vicinal, por juros abusivos e pela ignorância de um povo que acredita que Bíblia é um livro que só fala de Céu e Salvação (e dinheiro, para os adoradores da teologia da prosperidade).


Algumas igrejas investem no conforto dos templos, alegando que é preciso fazer o povo se sentir digno, respeitado. Acho isso importante, se há um trabalho político externo por parte da mesma. Caso contrário, estamos enganando as pessoas. A farinha é a justiça de Deus, que precisa estar na mesa (de casa) dos trabalhadores. A farinha simboliza as soluções que pensamos em Deus para a vida da maioria. "A farinha" são homens de Deus pensando políticas públicas para todos, em todos os lugares, para o homem todo. A farinha é o dever da igreja de anular a morte da panela, ou seja, exercer influência positiva sobre os poderes que regem a nossa nação. A igreja precisa e deve ser sal. Mas nessa undécima hora, precisamos de profetas com farinha, muita farinha.

 

Ney Gomes.
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 
1 Timóteo 4.10


 

 

 

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