Doutrina - A Finalidade das Profecias! (II Pe 1. 16- 19)





A FINALIDADE DAS PROFECIAS.

Sendo assim, temos ainda mais concreta a Palavra dos profetas, e fazeis muito bem em prestar atenção a ela, como a uma candeia que brilha nas trevas, até que todo o dia se ilumine e a estrela da alva nasça em vossos corações”.
(II Pe 1. 19 – KJA)

Pedro, em sua segunda carta, nos escrevendo de próprio punho, de maneira resumida, sintetizada, nos conta de sua poderosa experiência espiritual no “Monte da Transfiguração.  Com isso, esse nos revela também qual a consequência última, o objetivo e a finalidade das experiências – ditas – proféticas.

Para falar com autoridade sobre o assunto, Pedro invoca a forma mais poderosa de experiência profética. Aqui, ele alega que junto com Tiago e João ouviu a voz do próprio Deus Pai, que de dentro da Nuvem de Glória se dirigiu a eles em ordenança. O que é tão bem descrito nos Evangelhos de Mateus (17), Marcos (9) e Lucas (9), aqui é condensado para dar espaço para algo poderoso que vai ser ensinado com “natureza de doutrina”.

Pedro não nos conta isso debalde. Ele tem o propósito de nos fazer compreender para onde as profecias devem nos levar (Lc 22. 32). Qual o valor disso para o cotidiano, para a comunhão, para a profissão da fé e para a vida. Pedro conta-nos sobre o que viveu naquele monte para servir de base [alicerce] para o seu ensinamento pastoral, que é: Todas as experiências espirituais devem obrigatoriamente nos encaminhar para as Escrituras! (II Pe 1. 19). O que o Apóstolo está afirmando ‘categoricamente’ é que quanto mais experiências [subjetivos] com Deus eu tenho, mais eu me volto em amor para as Escrituras [objetivos].

A profecia não é uma peça solta, um brinde promocional, uma carta fora do baralho. Ela faz parte de um contexto criado para edificar a “igreja” [reunião dos crédulos]. O próprio feito de Jesus, de levar o chamado círculo íntimo (Pedro, Tiago e João) para o monte, nos ensina sobre o ambiente em que profecias devem ser liberadas. O mesmo Pedro, dono da essência desse ensino, libera nosso entendimento ao também nos ensinar que a “profecia” não é de particular interpretação e nem provém da vontade humana, que em geral é egoísta e individualista (vs. 20, 21/2. 3a).

A profecia é uma ferramenta para a coletividade. Ela não é uma ferramenta para trabalhar o entendimento de incrédulos. Para isso, existem o evangelista e a escola dominical (I Co 14. 22). Entregar profecias para descrentes é pecado? De forma alguma, não! Mas é preciso perguntar: É útil? Com os 8 dons listados em I Coríntios 12, a profecia é para edificar a igreja (v.7). É possível afirmar diante disso, que profetizar para incrédulos, descrentes, é tão útil como colocar colar de pérolas em jumentas. Quem é o incrédulo, o descrente? É aquele que não está pronto para crer na totalidade (integridade) das Escrituras, que ainda separa as coisas que ouve, para aceitar somente o que é conveniente! De tais, as igrejas ainda estão cheias! (Mt 18. 20/II Tm 3. 14 – destaque para a palavra “toda”)

O que um crente diante de um incrédulo faz de melhor com a profecia? Ora, ele aceita a totalidade do que for dito (I Tm 1. 18). Em mandamentos e promessas! No caso de Pedro, a profecia [traduzida] era: Obedeça Ele! Coisa que Pedro fez prontamente! Atitude semelhante jamais será vista em descrentes e incrédulos, caso a profecia se mova em ordenanças (II Tm 2. 16- 19). Paulo concorda com Pedro, quando no auge de sua intelectualidade afirma que o “espírito do profeta lhe é sujeito”. Ele quer dizer que o julgamento da finalidade e utilidade da profecia depende da maturidade de quem compreende o desejo de Deus para a igreja (I Co 14. 29- 32).

Pedro é Apóstolo, isso significa que suas experiências e palavras são fundamento para a igreja (Ef 2. 20- 22). Suas palavras não são apenas descritivas, elas são imperativas. São ensinos em essência, são doutrinas por natureza simples. E devem regular todo o exercício profético na igreja. O cuidado de Pedro é traduzido por Paulo quando afirma que tudo o que é mau utilizado acaba por encontrar o seu fim por inutilidade. Antes que alguém inutilize uma igreja inteira, melhor que ele seja primeiro inutilizado (I Co 14. 38).

Voltemos a Palavra de Deus!


Ney Gomes. 07/06/2016.
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10

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