Devocional - O Valor do Sofrimento.
OURO DE TOLO É SOFRIMENTO INÚTIL.
“Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome”.
(At 9. 16)
Paulo
sabia exatamente! Na verdade, ele sempre soube exatamente o quanto deveria
sofrer por Cristo. Na Cristandade, sofrimento
significa capacidade de suportar o calor do fogo que forja os relacionamentos
verdadeiros. Sofrer é causa do pecado Adâmico, em si mesmo ele não
produz nada, pois já é a consequência. Passamos por duas grandes guerras e por
uma infinidade de conflitos não tão menores, no entanto, isso nada nos ensinou.
E as pessoas continuam sofrendo por nada. Matando,
morrendo e produzindo sofrimentos que não geram resultados.
Paulo
define bem a teologia do sofrimento. Em suas palavras,
um ministro deve ser capaz de suportar sofrimento para alcançar os objetivos
que o Evangelho diz que ele é capaz de produzir (II Co 1. 3- 7). Uma
igreja Brasileira usa como slogan: “Para
de sofrer!” O Certo seria: “Para de sofrer pelas coisas erradas!”. A
Teologia da prosperidade e suas alavancas tentam destruir essa essência tão
Cristã. O sofrimento ministerial visa exclusivamente à edificação de outros. Sofrer por outras coisas só produz vaidade e futilidades.
Em
duas passagens marcantes Paulo declara seu entendimento sobre “Sofrer Ministerialmente”. Aos Corintos ele diz:
“Pois vocês
conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por
amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos”.
Sofrer é a capacidade que o ministro adquire de fazer com que sua vida produza
edificação genuína. Nem todo sofrimento produz edificação, por esses Paulo diria:
“Eu digo que por isso, não sofram”. Não sofram
para que lideres sem moral enriqueçam com teologias torpes. Não sofram
silenciosamente para que lideres egoístas mantenham suas diabólicas vidas secretas. Não sofram por aquilo
que produz lixo, luxo, partidarismo e preciosismo. Que o sofrimento produza a
edificação que é comum a todos os santos,
como convém.
Não
muito distante dessa comunidade, em circunstâncias
diferentes, Éfeso recebe ensino semelhante: “Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo
amou a igreja e entregou-se por ela (...) para santificá-la, (...) para
apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa
semelhante, mas santa e inculpável”. O
sofrimento produz um resultado, e isso acontece quase sempre em tempos não
simultâneos. O que nos dá a oportunidade de nos
alegrarmos nele. Pois somente no edificar é que o sofrimento produz gozo
completo (Hb 10. 32- 34). Levei um choque quando compreendi que passei
anos sofrendo por coisas erradas. Sustentando com meu silêncio a vaidade de
pastores acima do bem e do mal. Até ser eu mesmo massacrado e perseguido,
vi muitos irmãos passando por isso. E eu, consentia em minha resignação por acreditar que
aquilo era à vontade de Deus. Mas, o sofrimento é
para de alguma forma, em nós ou em alguém, promover mudanças significativas.
Cristo morreu a mais sofrida morte, para que em nós operasse a mais poderosa
vida. E essas duas coisas devem sempre estar intimamente ligadas. Deus
não aceita sacrifício de tolos. Não aceita mártires de
ocasião. A oferta de quem (Jo 9, 10) não consegue se calar diante da
ignorância, do vazio, da rudeza. Da adoração no espírito da lei mosaica,
imediatista diante das lutas e desavenças da vida (Mt 5. 38). É preciso sofrer
em amor, para que então, o tempo gerado em paciência (fruto
do Espírito), produza seus resultados. Causei muitos sofrimentos em
meu discipulado. Era aloprado, falava demais, questionava demais, naturalmente irritante.
Quando casei, era um garoto mimado, cuja mãe jamais deixou fazer um prato de
comida. Nunca havia lavado sequer uma peça de roupa minha. E se posso hoje
dizer que mudei sem estragar tudo, é por que pessoas estiveram dispostas
a sofrer por mim, com o amor que valida todas as
coisas.
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Para Paulo, seu sofrimento não era nada perto daquilo
que podia produzir (II Co 4. 17, 18). Quando ignoramos a dor, libertamos seu
poder para os propósitos de Deus. Inúmeras vezes, ele fala de seu
condicionamento de aceitar o sofrer que vinham das fadigas, perseguições,
necessidades, calúnias e opressões (II Tm 3. 11). É impressionante que Cristo
ainda pudesse falar, preso a cruz, depois de tudo o que sofreu. É
impressionante que Cristo ainda pudesse falar o que falou, preso a cruz, depois
de tudo o que sofreu sem merecer. Jesus sabia
exatamente pelo que sofria e muitos hoje, sofrem sem saber ao menos se tudo
será útil a alguém, em algum dia. Não
adianta sofrer se ninguém vai ser edificado (II Tm 2. 8- 10). Não adianta se calar se ninguém vai ser
instruído em sabedoria (Jo 3. 30). Não adianta
suportar, se ninguém disso crescerá em amor. Sofremos para fazer das pessoas,
pessoas melhores (At 8. 1/Ap 2. 3). Esse é o chamado da Cruz de Cristo.
Foi sem dor, que vimos o velho homem ser arrancado de
nós. Essa dor, Jesus suportou sozinho no madeiro. Ele nos deixou somente uma
leve dor, que o prazer de ter esperança em ser como Ele, quase sempre nos faz
esquecer.
Ney Gomes. 04/11/2011
"Se trabalhamos e lutamos
é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo
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