Igreja - Sacerdócio é Vida (Revisão 2012).
SACERDÓCIO
É VIDA!
TEXTO PARA MEDITAÇÃO: Livro
de Números 16/17. 1 – 11
O mestre em teologia Lawrence Richards diz
que “sacerdote é alguém chamado para
administrar a tensão que existe no relacionamento de um Deus Santo com os
homens pecadores”.
O sacerdote paga o preço em sua própria carne por ser a ponte entre Deus
e os homens (Lc 22. 44). E é de sua total responsabilidade administrar as formas
desse relacionamento acontecer (Nm 18. 1).
Tradicionalmente aprendemos que sacerdócio é uma questão que
envolve autoridade. De fato assim o é. Mas, existe uma coisa maior da parte de
Deus na unção dada ao sacerdote: — Vida!
O que fazia
Arão ser diferente daqueles homens se eles também eram israelitas e santos como
ele? Todos não eram príncipes e cabeças de suas tribos? Homens verdadeiramente
reconhecidos como da parte de Deus. Duzentos e cinqüenta chefes davam
testemunho solene disso diante de Israel (Nm 16. 2). Se Arão tinha representatividade
diante do povo, eles também o tinham (Alias, quero ressaltar que o testemunho
de sua rebeldia foi dado por Deus e não por Moisés). Todavia sobre Arão havia
um poder que não era percebido pelos seus acusadores. Esse poder opera até hoje
sobre os verdadeiros
sacerdotes do Senhor. E ele está impregnado naquilo que o sacerdote
é e faz.
É corrente o
ensino que nos demonstra que o sacerdote é alguém que nos representa diante de
Deus, mas, o sacerdote é alguém chamado por Deus para lidar
diretamente com a morte e seus efeitos. Para isso ele recebe o maior dos
poderes divinos; a própria essência de Deus, o poder de Seu verbo: — A unção de Vida!
Sacerdote é
alguém que faz cessar a morte do
pecado na vida das pessoas. Arão era diferente nisso. Ele tinha vida em suas mãos para ministrar e
isso era uma coisa que as pessoas não entendiam. Não entender de um assunto não
me dá o direito de questionar as autoridades que Deus levanta, mas, não é
também um caso de morte (17. 5). Todas aquelas pessoas estavam condenadas a uma
morte cruel e em cativeiro, até que Deus levantou Moisés
e Arão que seriam a sua boca. Na escolha
deles eu creio que o Céu se abriu e o Espírito
da Vida entrou neles, e então eles foram feitos “vida de Deus”, ou
sacerdotes, se
assim lhe for melhor para o entendimento.
Não é cabível após esse entendimento achar que um sacerdote do Senhor possa estar
envolvido em coisas que tenham aparência, gosto e cheiro de morte (II Cor 2.
14-17). Tal como
contendas, ciúmes, invejas, brigas, disputas, adultérios e similares (II Tm 2.
24). O altar é
a maior esperança que os homens decaídos têm para encontrar a vida
de Deus (I Rs 18. 32- 39/At 15. 13- 17). Hoje para desgraça da igreja, nós invertemos
a ordens das coisas e colocamos a autoridade acima da vida, a lei dos homens
acima da lei do Senhor nosso Deus.
Onde não há sacerdote há morte e dor; desilusão e cegueira espiritual. O
sacerdote é uma luz
para os povos e para as nações (Mt 3. 16). Sua
vida brilha com a luz da verdade e o seu combustível é o compromisso com
o que é sagrado e correto (Mt 5. 14- 16). Não é difícil traçar um perfil
de Arão. Ele era leal, sua boca um manancial de verdade, sua disponibilidade era
lendária e seu amor, sempre transbordante para com Deus e os homens diante de
quem oficiava. Um exemplo na sua tribo, um pai amoroso, um líder virtuoso e um
homem de oração. E se passasse isso num raio-X muitas pessoas se
surpreenderiam com o que isso significa na prática. E o senhor fez isso mesmo.
Deus não iria matar ninguém, se O fizesse, levaria o
ministério de Arão para uma dimensão carnal. Pois líderes carnais resolvem tudo
com força, morte e separação (16. 3). Então, Ele
decidiu resolver a questão de modo esclarecedor. A marca da liderança
espiritual é a revelação de Deus em suas vidas, e é assim, com a revelação de
Sua natureza e desejo que Deus honra suas escolhas. Só a revelação de Deus
resolve problemas de ordem espiritual.
Infelizmente hoje não faltam histórias de líderes cruéis
e carnais que fazem de tudo para manter seu status quo. Ah! Como nesses dias faltam homens de entendimento
espiritual como Davi. Que ameaçado por Absalão, deixa espontaneamente seu
trono. Ele não ameaçou, intimidou ou usou poder, pelo contrário, aguardou a
revelação de Deus para o ocorrido (II Sm 15. 24- 26). Alguns pastores que
conheço se fosse possível passariam cola (superbond/durepox) entre
suas cadeiras pastorais e seus traseiros. Para não correrem o risco de
perderem seus tronos, uma vez que de fato, eles vivem como reis em suas
congregações. O que tem de pastor matando
ovelhas hoje não é para contar nos dedos. É tudo tão absurdo,
que o diabo está enfrentando uma forte crise
existencial, por não saber mais se é diabo ou pastor (At 20. 29-
31). Está tudo tão confuso que parece que a profecia de Mateus 24. 12
começou a acontecer há poucos dias. Só eu sei o preço que pago por ter que
dizer essas coisas não sendo pastor (Jr 1. 8). Num
passado recente um pastor [?] disse na minha cara que meu ministério de ensino
era uma porcaria, uma fraude. Pena que ele não lê o que escrevo,
mas, fazer o quê? Ele não lê nem as Escrituras a qual foi chamado para
anunciar! Quando ele fala de fraude fala do que lhe é próprio.
O SENHOR mandou que os líderes lhe trouxessem varas, cada líder traria a
sua presença um objeto que é de uso exclusivamente manual. Como o ser humano é vaidoso, podemos afirmar que as varas
trazidas não eram varas quaisquer. E cada cabeça deu a sua própria vara,
confiando assim na sua própria justiça (Is 64. 6). As varas tinham marcas
particulares e talvez pequenas inscrições de promessas feitas
as suas tribos (Gn 49. 1- 27), de modo que isso não deixaria margem para uma
fraude da parte de Moisés (16. 15). Naquela noite os lideres não saíram de redor da
tenda do testemunho, pois era preciso se assegurar que a escolha de Deus não
seria alterada por qualquer ganância humana.
No dia seguinte, Moisés entrou na tenda e lá estava a vara de Arão, com botões,
flores e amêndoas maduras. Não havia mais dúvida de quem Deus havia chamado
como sacerdote, uma vez que os presentes entendiam perfeitamente que sacerdócio é basicamente um exercício
de vida (naquela manhã todos entenderam que Arão era a vara que Deus escolherá para apascentar a
Israel).
A autoridade de Deus que era a vida em suas mãos brotou na mentalidade
daquelas pessoas para sempre, e isso é simbolizado pelo fato de sua vara
ficar diante da Arca da Aliança (17. 10). Deus deu testemunho do que Ele havia
colocado nas mãos de Arão e o quê o fazia ser diferente mesmo sendo tão igual
aos outros. Qual dos homens por maior que seja pode
dar vida ao que está definitivamente morto? De modo que isso renasça e ainda dê
frutos? (Jo 11. 39/Rm 11. 11- 16)
Não dá para entender o que é sacerdócio diante de Deus sem olhar para Jesus. No seu tempo o
sacerdócio não mais era digno, logo, nenhum dos Evangelhos o retrata dessa
forma. Mas o escritor de Hebreus volta ao Pentateuco e resgata a verdadeira
imagem do sacerdote em
Jesus. Assim como Arão, em tudo o que Jesus colocava as mãos recebia a virtude (sig. qualidade que
produz efeito) da vida divina. Jesus
reforça em nossa mente que sacerdócio é muito mais vida do que autoridade. Se olharmos o sacerdócio levítico sem Cristo, veremos um sacerdote
mutilando, degolando,
derramando sangue
e comendo as carnes dos outros.
Existem entre nós homens com uma visão deturpada de seu ministério
sacerdotal. Eles creem que ser ministro significa pisar em seus auxiliares,
mentir em nome de Deus e se apossar dos recursos sagrados entregues a Casa do
Tesouro. Um sacerdote deve amar seus auxiliares
como aos filhos e familiares, e isso está na figura de Nadabe, Abiu, Eleazar e
Itamar, filhos legítimos de Arão (I Tm 5. 1 e 2). O sacerdote é a
boca de Deus. Nela não há mentira,
só verdade, e isso está no testemunho que Deus dá de Arão (Ex 4. 14- 17) Quando
os maus sacerdotes envelhecem passam a mentir com mais prudência,
o que torna a sua mentira numa coisa ainda mais
perniciosa.
O sacerdote de hoje é riquíssimo. Deus é sua herança e porção e além disso, ele
tem semelhante àqueles sacerdotes, uma cidade no Céu e um sustento seguro. Só
um coração mal e infiel pode maquinar roubar
aquilo que é sagrado e lhe confiado divinamente. Jesus sempre teve quem lhe
sustentasse e costurasse suas roupas. Somente na cruz foi que Ele sentiu a
falta desse cuidado, quando disse tenho
sede. O pr. Rick Warren diz que “ser
pastor” é ser um outro Cristo e eu bem creio
que seja assim mesmo!
Ministério sacerdotal é vida que
emana de Deus. Um sacerdote é alguém chamado diretamente por Deus e a marca
desse chamado não é a autoridade, mas a vida. Jesus tinha (e tem) autoridade,
pois é o Príncipe da Vida. No Reino, vida é a moeda que paga o preço do bilhete
sacerdotal (Mc 1. 22). Um sacerdote sem vida é um sacerdote sem autoridade, é
um fantoche, um boneco, um espantalho, um figurante de fundo de palco. Jesus tocava nas pessoas e a vida voltava a operar nelas,
voltava à alegria, o prazer e a confiança em Deus. Jesus
é a vida que vence a morte, a vida das mãos de Arão (Ct 8. 7). A
vida que faz cessar a praga do pecado Adâmico (Nm 16. 48/Rm 5. 12- 19).
E por falar nisso, o pior pecado,
de um sacerdote é fazer o povo perder a
confiança no sagrado, no divino (O sacerdote Eli
sabe o preço que pagou em sua casa por isso). Paulo deu muita atenção ao tema “testemunho
congregacional”. Ele se policiava muito, e deixou sérias instruções sobre
esse assunto para Timóteo e Tito (aconselho um excelente livro sobre a 2ª Carta
de Paulo a Timóteo chamado “TÚ, PORÉM” de John
Stott, Editora ABU). Jovens delegados
apostólicos e posteriormente pastores supervisores.
Jesus é retratado pelo profeta Isaías como a Raiz que rasga a terra seca
e um Broto novo que nasce no tronco de uma árvore velha e ressequida
(53). Sacerdócio é vida, que brota, dá flores e frutos. Jesus mesmo disse que
nos escolheu para frutificar, e Ele disse que nisso o Pai seria glorificado.
Jesus está falando de nosso sacerdócio (Jo 15. 16), e não da CEASA.
As mãos que operam milagres não dão testemunho de um sacerdócio (Lc 10.
18- 20) e sim a vida (pois o maior milagre é a salvação eterna, que se traduz
por vida).
Somos um sacerdócio superior ao de Levi, pois somos um sacerdócio real (I Pe 2. 9). À
semelhança de Melquisedeque. E esse sacerdócio é aquele que
oferece as pessoas Pão e Vinho, que é o corpo de Cristo (Gn 14.
18- 20). Somos superiores por que fazemos parte de um sacerdócio constituído
por juramento, como bem nos relata o Escritor Sagrado de Hebreus (Hb 5. 5, 6).
Recebemos poder para abençoar (conceder bens) as pessoas com a Vida de Deus
que está em Cristo (riqueza e sabedoria de Deus). Por isso, Hebreus nos relata
que Cristo é o Sumo Sacerdote, isso é, o líder
de todas as turmas, em todas as eras e para sempre, amém!
Três coisas nos são fundamentais. E
são: Justiça, Governo e Vida. E Cristo, nos satisfaz completamente, pois Ele é
Juiz, Rei e Sacerdote. Onde há um homem há essas necessidades. Por conta
dessa verdade o governo de Cristo no milênio terá reis e sacerdotes (Ap 1. 6/5.
10/20. 6).
Ser sacerdote do Altíssimo é ter a vida de Deus em si mesmo. E Isso quem
define é o maior de todos os sacerdotes (Jo 5. 26/I Jo 5. 12). O que Fazia Arão
ser diferente? A vida! Arão era como todos os outros líderes de Israel, mas,
como sacerdote ele foi revestido da vida de Deus. As pessoas não percebiam que
as mãos de Arão destilavam vida em tudo o que tocava, seu toque regenerava os
tecidos que estavam necrosando por causa da morte do pecado. Ele parava a morte
ao seu redor e em seu sacerdócio a vida voltava a ter grandes chances de se
expandir. Ser sacerdote significa receber poder de
Deus para reverter os efeitos do pecado. Qualquer sacerdócio que não cumpre
essa exigência não pode ser levado a sério pelos homens. Se sacerdócio
fosse só autoridade, Pinochet
(ex- ditador chileno) seria sumo sacerdote,
mesmo matando milhares de pessoas em seu governo “autoritário”. Ele levou no
seu tempo o Chile há uma bem sucedida jornada econômica, mas, ao preço de
milhares de mortes.
Sacerdócio divino significa vida, e isso é uma coisa inegociável (Jz
17).
Ney Gomes. (revisado em 2012; escrito em 2005).
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
http://www.portalebd.org.br/atualidades/reflexoes/item/1832-sacerdócio-é-vida
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
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