Ensaio Escatológico - Os Apóstolos do Leão (Ap 4. 4).

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OS APÓSTOLOS DO LEÃO.

“E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados 
sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas;
e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro”.

(Apocalipse 4. 4 – ACF).

Os vinte quatro anciãos, portanto, simbolizam, ou talvez, representem a Igreja de Deus redimida de todos os tempos...”. E é assim, que Staley M. Horton define o que acredita ser os “24 anciãos” (Apocalipse - The Ultimate Victory). Já o Pr. Hernandes Dias Lopes, em seu celebrado comentário de Apocalipse, segue uma linha que conhecemos bem, ao afirmar que os 24 (12+12) simbolizam os crentes das duas alianças (V. e N.T). Até mesmo Craig S. Kenner nos revela uma série de simbolismos nos quais o número 24 pode se encaixar (Comentário Histórico-Cultural da Bíblia – NT. Ed. Vida Nova), nos revelando que não existe um conceito dogmático sobre a imagem. 

Se eu fosse falar da abordagem incrível de Apocalipse 4. 4, do Ph. Dr. Russel N. Champlim, é certo afirmar que essa pequena introdução ficaria maior que o texto em si. 

Pensamento do autor Ney Gomes sobre os 24 anciãos. 

Ora, sabemos que a igreja vai terminar sua história como começou. Em avivamento, perseguição, dor, peso e prisão. Ela começou apostólica e apostólica ela vai terminar. Mas essa história é como uma moeda, onde de um lado, podemos ver o valor e do outro uma imagem de importância. Na antiguidade, essa imagem era a cara de um imperador ou rei, ou mesmo um símbolo de seu governo. 

Também entendemos que a promessa para Israel era a terra, uma “terra que mana leite e mel”. Sabemos também, que os poucos santos da velha aliança foram absorvidos pela nova, no momento em que Cristo cumpre a lei como sacrifício. Logo, 12 dos 24 não podem ser Israel e nem tão pouco os crentes da velha aliança que foram absorvidos pela nova (Hb 9. 15, 16). 

Meus 2 primeiros livros.

A chave para compreender quem são os 24 anciãos está aqui: “E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto...”. (Ap 5. 5, 6) 

Na visão, João é avisado que o “Leão da Tribo de Judá” está ali, mas quando ele olha, o que vê é um “Cordeiro, como que havendo sido morto”. Na verdade, João vê o seu lado da história, o lado do princípio: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor...” (Ap 1. 8). João é o Apóstolo do Cordeiro, do princípio, do Alfa, do Primogênito. “Leão” é a revelação do fim, mas “Cordeiro” é a verdade do começo, a verdade que João conheceu: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. (I João 1. 1). João recebe a revelação do que há de vir, mas ele só pode identificar o que conhece. 

Doze é um número de governo, logo, vinte e quatro é a plenitude da história da igreja. Doze Apóstolos começaram a igreja e doze Apóstolos vão terminar sua história. João está vendo agora o Cristo Glorificado (sete olhos – perfeita presença), Aquele que É. Mas ele andou com o Cristo que foi o perfeito homem, Aquele que Era. Mas acerca do que vai acontecer, ele só pode imaginar. Cristo, aparecerá Poderoso (sete chifres – perfeito poder), diante de todos os homens, dos reis da terra. Mas João não consegue definir quem esse Cristo é, Aquele que há de vir: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”. 

O Cristo que há de vir (Hb 9. 28), o Todo-Poderoso, fechará a história da igreja com doze Apóstolos, os Apóstolos do Leão. A última igreja vai se mover num mundo cheio de falsidades, iniquidades, esvaziamentos e indiferenças. Mas a sua missão não ficará comprometida por conta dessa liderança, cujo Evangelho é anunciado em testemunho de vida e transformação: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”. (Mt 24. 14). Se os Apóstolos do Cordeiro são os mensageiros do “ano aceitável do SENHOR”, os Apóstolos do Leão serão os mensageiros “da vingança do Nosso Deus”. Porque “consolo” não é só misericórdia, mas também justiça: “A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes”. (Is 61. 2/Lc 4. 18)

 


João foi um dos Apóstolos do Cristo do Salmo 22. Mas os Apóstolos do Leão serão do Cristo do Salmo 23: “não temeria mal algum, porque tu
estás comigo; a tua vara e o teu
cajado me consolam”. Mas os 24 anciãos são a completude histórica da igreja, os Apóstolos do Salmo 24, O Rei da Glória. Se engana quem acha que a igreja que vai terminar a história é a mesma que começou. A “vara e o cajado” nos lembram que Cristo vem para separar as nações por suas histórias e realizações (Ap 7. 17). Aqui, Cristo é o “Cavaleiro sobre o cavalo branco”, o vencedor que cavalga sobre a história de Apocalipse 10 e 11, os momentos finais da igreja. 

Assim como os Apóstolos do Cordeiro foram tocados pela realidade das “duas testemunhas”, os Apóstolos do Leão também o serão. Aqui, João os descreve perfeitamente, por que já os viu, no monte, por ocasião da transfiguração (Mt 17. 1- 3). Se as duas testemunhas estão ligadas ao Cordeiro pela identidade e propósito (Lc 9. 31), estão ligadas ao Leão pela identidade e destino: “Os
reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”
(Ap 11. 15). Restauração da identidade, propósito e destino resumem a obra da Cruz (Rm 11. 36). 

A última era apostólica vem para revelar a plenitude da IDENTIDADE de Cristo. Ora, conhecemos por meio dos Apóstolos do Cordeiro o seu PROPÓSITO (Jo 1. 29), conheceremos por meio dos Apóstolos do Leão o seu DESTINO. Mas a identidade dEle apenas pode ser revelada na plenitude das duas ERAS apostólicas. O significado total das expressões: “Dele, por Ele e para Ele! O que É, o que Era, e o que Há de vir”. Somente veremos nEle, aquilo que Ele veio restaurar em nossas vidas! “Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. (...) Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” (I Co 13. 10 e 12). 

A Manifestação plena da IDENTIDADE de Cristo encerra a história da igreja. O acontecimento das DUAS ERAS apostólicas revela Cristo em plenitude: “Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, que tomaste o teu grande poder, e reinaste”. Com a chegada da ERA do Leão, não há mais “futuro”, isso é, o tempo como nós o contamos (o que há de vir não existe nos originais mais antigos). Na ERA apostólica do Leão, Cristo assume o seu grande poder, poder esse que João não conseguiu ver em suas visões. Essa verdade está bem descrita nos termos “tomastes/assumistes e reinos desse mundo” (Ap 11. 15- 17). 

Logo vem os dias em que os “Apóstolos do Leão” surgirão: “E clamou com grande voz, como quando ruge um leão...” (Ap 10. 3). Em breve os selos serão tirados e a real natureza de sua mensagem será conhecida. Não foi dada a João a permissão para revelar essa natureza apostólica da última igreja, isso é, a sabedoria que vai vencer o mundo (Jo 16. 33). Ora, se você decifra essa sabedoria (as vozes dos sete trovões), é claro que poderá determinar a exatidão dos tempos (4. 5), e isso, removeria dos corações a vigilância que a vida Cristã precisa receber para acontecer em saúde. 

Paulo diz que o Evangelho é o PODER de DEUS, e JESUS disse que o fim não chegará sem que esse Evangelho seja pregado em todo o mundo. E quando o Espírito Santo ungir os “Apóstolos do Leão”, a terra ouvirá o Seu rugir e os últimos assentos para “as bodas do Cordeiro” estarão preenchidas e virá o fim! 

“Com o benigno, te mostras benigno; com o homem íntegro te mostras perfeito. Com o puro te mostras puro; mas com o perverso te mostras rígido”

(II Sm 22. 26, 27)

Ney Gomes é o autor do BLOG ‘Grãos de Entendimento’,
um trabalho de 14 anos, com mais de MIL poesias/textos publicados.
Também é o autor dos livros “Êxito Sobre os Desertos 1 e 2”.
26/08/2022 – Twitter@neygms

 “Tudo o que passou é experiência. O agora é relacionamento e o que está por vir é desafio”.




Comentários

  1. É assustador e ao mesmo tempo encantador. O Cordeiro e o Leão, dentro do evangelho de Cristo Jesus, não são distintivos. São único só! Deus é Perfeito!

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