Filipenses. Não dá para ser bom em tudo!

Filipenses. Não dá para ser bom em tudo!
“O que eu rogo a Evódia e também a Síntique é que vivam em harmonia no Senhor. Sim, e peço a você, leal companheiro de jugo, que as ajude; pois lutaram ao meu lado na causa do evangelho, com Clemente e meus demais cooperadores. Os seus nomes estão no livro da vida” (Fil 4. 2, 3 – NVI)
Evódia e Síntique eram bem diferentes de Himeneu e Alexandre (I Tm 1. 20), e de muitas outras figuras as quais durante seu ministério Paulo teve que condenar. Elas eram jóias, o tipo de obreiro do qual não se abre mão. Mesmo correndo o risco de criar uma situação de "partidarismo" na igreja, dado a influência e o carisma que cada uma possuía, ele arriscou, elas eram um risco válido. E um risco válido, sempre vale a pena.
Eram experientes articuladoras, e amavam desesperadamente ao Senhor Jesus. Gosto de pensar que elas faziam parte daquele grupo de mulheres que estavam na inauguração da igreja de Filipos, à beira do rio (At 16. 13). Desde cedo elas trabalharam com Paulo, o que lhes deu grande experiência eclesiástica. Depois, foram vistas lutando ao lado de Clemente e com outros nomes de peso, sempre presentes nas lembranças de fidelidade de Paulo. Contadas muitas vezes aos que em Roma iam lhe ver. Percebemos que não é de hoje, que grandes pastores e líderes tem o sucesso de seus ministérios apoiados fortemente em mulheres.
Mas, não dá para ser bom em tudo e era a hora de Evódia e Síntique precisarem daquele sistema que tão apaixonadamente elas defenderam. Igreja existe por que ninguém pode ser bom em tudo, isso é, assobiar, chupar cana e fazer gol ao mesmo tempo. Não há na igreja espelhos a quem se possa perguntar: – Existe alguém melhor, mais perfeito e mais bonito do que eu?
Aprendi há alguns anos atrás a ter muito cuidado com pessoas que se dizem e se acham espirituais demais. Essas pessoas são com raras exceções as mais sórdidas, dissimuladas, fraudulentas, perigosas e nocivas que existem. Pessoas que valorizam demais o vertical costumam com freqüência desprezar, debochar, diminuir e ridicularizar o horizontal. A vida espiritual de uma dessas pessoas “transcendentais” quase provocou um acidente na minha mulher no princípio da gravidez de Hellen. Não falo do que ouvi ou do que me disseram “alguns terceiros”. Falo pelas marcas do meu coração.

Essas mulheres aprenderiam como é importante pedir perdão, reconhecer seus devaneios e estar aberto para a ajuda de terceiros. Percebo pela vida de algumas pessoas com quem convivi que isso ainda é uma dificuldade na igreja. É gente que não entende que Deus deu uns para Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores, só por que não dá para ser bom em todas as coisas. Alguma coisa ínfima perturbou o relacionamento lendário de Evódia e Síntique. Quem imaginaria que essas duas mulheres precisariam de alguém para lhes ajudar a voltar a sintonia divina. A vida Cristã produz muito poder quando deixamos os nossos valores pessoais [falo do conjunto de tudo o que somos e do somatório de nossas experiências] serem sacrificados em prol do bem comum [igreja]. E certamente eu preciso me exercitar nisso.
Pessoas sem nome muitas vezes são as mais habilitadas para ajudar os que têm grandes nomes. Não sabemos o nome desse companheiro que foi encarregado dessa missão junto a essas distintas mulheres [alguns estudiosos lhe chamam de Sízigo]. Porém, podemos nos valer da Harpa Cristã e dizer que ele era uns dos tais.

Podes tu também dizer sou um dos tais?

Ney Gomes. Precisando de Oração!...

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