A ARCA DE NÓE, A IGREJA E O MESMO PRÍNCIPIO.

 

A ARCA, A IGREJA E O MESMO PRÍNCIPIO.

 

"Então o SENHOR disse a Noé: "Entre na arca, você e toda a sua família, porque você é o único justo que encontrei nesta geração. (...) Daqui a sete dias farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites, e farei desaparecer da face da terra todosos seres vivos que fiz". E Noé fez tudo como o SENHOR lhe tinha ordenado".                               

                                                                                          (Gn 7. 1- 5 – NVI).

 

            Não é só do Poderoso braço de Deus de que se valem as Escrituras para a sua proteção. A capa de normalidade que existe sobre muitas passagens Bíblicas também serve para proteger seu precioso conteúdo dos curiosos, inimigos e falsificadores da Graça de Deus. Relatos aparentemente infantis escondem princípios Bíblicos capazes de mudar para sempre à compreensão de centenas de vidas. Em uma leitura superficial nos sentimos sensibilizados com a aliança firmada entre Deus e Noé. Seu caráter é tão didático que é matéria constante dos currículos infantis de Escolas Bíblicas. Mas, será que dá para crer que uma coisa feita de forma amadora, sem ferramentas adequadas e por mãos sem experiências marítimas poderiam realmente suportar o rigor de uma chuva inédita, longa e de natureza destruidora, por quarenta dias e noites?

 

Onde residia o segredo de tanta resistência? Seria na disposição das madeiras, na qualidade e quantidade do betume, nas cordas e disposição das madeiras? De uma coisa tenho certeza, Deus jamais confiaria a salvação de Noé a sua família aquela construção rústica. Na verdade a verdadeira Arca estava sendo construída não com madeiras, betume e cordas. Nos cem anos em que acontece a construção, vemos uma família se unir ao redor de uma promessa, de acreditar em uma verdade e de investir tempo nesse sonho. Noé conseguiu construir em sua família uma verdadeira Arca da salvação. Pois eles embarcaram bem antes da primeira gota de chuva em sua crença e esperança. Acreditamos como crianças que a segurança deles está ligada intimamente a Arca, quando na verdade a segurança da Arca é que está ligada a fé deles.  A Arca se assemelha a igreja nesse exato sentido, ela não possui estrutura para salvar ninguém em meio à tempestade moral e ética a que é exposta. Numa comparação simples é certo dizer que é a crença pessoal é que mantém a igreja flutuando sobre o mar de lama em que está submerso a sociedade. Ao longo da História da igreja homens e mulheres de todos os tempos e nações acreditaram no sonho de Deus e embarcaram de corpo, alma e espírito na construção dessa verdade. Pagaram um preço alto por acreditar numa coisa sem aparente lucro ou retorno. Ridicularizados, foram rechaçados por sua fé sobrenatural e por estarem envolvidos com valores absolutos. Dia após dia Noé vencia seu medo e sua incredulidade, eram realmente fantásticas as dimensões do que Deus tinha em mente e isso certamente foi visto através de sua fé. A verdadeira visão espiritual nos enche de entusiasmo e coragem. Entusiasmo para seguir adiante e coragem para defender somente o que nós vemos, assim foi Noé e assim são os novos construtores de Arcas. Pois somos chamados também para construir uma Arca para a nossa geração, garantindo-lhes o direito a salvação. Mantendo em mente o que Deus tem preparado para aqueles que o amam vamos participando da promessa e nos aproximando mais e mais de sua realização. O que a arca simboliza está navegando por todas as passagens Bíblicas, como na vida de José, Daniel, Sadraque, Mesaque e Abdenego.

Não garantimos a nossa salvação por estarmos simplesmente dentro da igreja, nossa salvação está em ter a igreja e o que ela significa dentro do nosso coração e carregar ela por toda a vida do mesmo jeito que a arca carregou seus integrantes pelo tempo que foi necessário. A igreja esta edificada sobre o fundamento dos Apóstolos e Profetas (Ef 2. 20). Estamos navegando sobre uma construção feita do que havia de melhor no que se diz respeito a sonhos e esperanças. No quesito esperança, a deles era a mais sólida e os sonhos, os mais presentes. Eles nos deixaram tudo o que é necessário para termos a uma qualidade de esperança e sonhos ainda maior (Hb 11. 39,  40).

            Em uma outra coisa a arca se assemelha em muito a igreja. A arca carregou os sonhos de Deus de ter para si homens e mulheres como uma propriedade particular (2 Cor 1. 22). A igreja tem a mesma responsabilidade e cada um de nós a exemplo de Noé o dever de cuidar dessa promessa enquanto estamos dentro dela. Quando Jesus olhou para o barco que carregava os discípulos ser fortemente açoitado pelas ondas, talvez tenha sentido o mesmo que seu Pai (Mt 14. 22- 36). Ali estava o futuro do cristianismo e na arca estava o futuro da humanidade. A igreja guarda a responsabilidade de apresentar a Deus um povo para ser Sua herança particular, homens e mulheres de todas as tribos, povos, línguas e nações. Quando Deus olha para a igreja vê o futuro da humanidade restaurada, aqueles que enfrentaram corajosamente as águas da justiça e da restauração. O final disso tudo é glorioso, pois aponta para um povo que tem uma eterna aliança com Deus. Estamos sendo preparados para ver o mundo de um outro ângulo, isso é, de cima para baixo. E o fim dessa viagem é o mais alto de todos, mais alto que o monte Ararate (Gn 8. 4). Pois os caminhos de Deus são mais altos (Is 55. 9) que os nossos e como a igreja caminha na direção de Deus é muito justo que seu fim seja a Cidade que está nos céus, sendo adornada para a chegada de tão corajosos marujos. Só mesmo uma expressão nordestina pode definir com perfeição o fim dessa jornada: "Naquele dia o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão". (Ap 21. 1/Is 11. 9/Hc 2. 14)

 

Ev. Ney Gomes – 30/07/2008.



 
 


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