O PODER DA CRUZ DE CRISTO! DIDÁTICO.
O PODER DA CRUZ DE CRISTO.
(Jo 19. 38- 42/Mc 15. 42- 46)
Quando Jesus entregou Sua vida na Cruz, Deus pode liberar todo o amor que ele mantinha contido (Rm 5. 5). Um amor que era endereçado aos homens e que se destinava a mudar suas vidas. Uma expectativa contida, um sonho não realizado. E naquele momento após Jesus ter exclamado, entregando Seu espírito, o Pai liberou todo Esse amor, transformando assim o interior daqueles que cressem de uma vez por todas. Pois tanto amor assim tem o poder de provocar no homem uma mudança de mente, alma e espírito. E esses sintomas são percebidos nos primeiros instantes após a morte vicária de Jesus. Vistos e sentidos por aqueles que lêem e vivem o Evangelho.
Quando João e Marcos em seus Evangelhos falam sobre essa passagem, nos fornecem através de seu ponto de vista o material necessário para analisar a transformação que o amor manifesto na Cruz é capaz de causar. João foca a natureza pré-conversão de José e Nicodemos, ele vê o medo e a apatia de quem não tem poderes para assumir uma posição franca e aberta. Talvez se lembrasse dele mesmo nos momentos após a crucificação, em que ele e seus amigos andavam pelas sombras dos muros de Jerusalém a procura de um lugar seguro para se esconderem. Marcos foca a natureza pós-conversão dos mesmos, demonstrando que agora eles foram energizados pelo amor divino, transformados pelo poder do objetivo contido na obediência e sacrifício de Jesus. Marcos dá aqui à resposta imediata a entrega de Jesus na Cruz; a remoção quase que instantânea dos traços da natureza adâmica. Não é só o amor que entra em cena, a vida e o caráter de Jesus são também reproduzidos em nós. Pois a Cruz é o carimbo que Aprova o caráter que Deus verdadeiramente deseja! E é ela que nos habilita para seguirmos na segunda etapa da jornada: que é uma vida ressurreta.
Audácia
José era um tímido discípulo de Jesus. A mais importante característica da vida Cristã é viver a plenitude da fé, isto é, se expressar, ter expressão. Se não vivemos a fé não alcançamos à alegria completa que nos promete Jesus. E fazemos com que isso aconteça através da adoração e da livre e espontânea confissão pública. Mas, o tímido não consegue isso, pois sua atenção está sempre dividida entre Jesus e a opinião alheia. Assim eram José e Nicodemos. Eles amavam Jesus intensamente, talvez por obterem um conhecimento mais preciso que os demais, amassem até mais do que os outros. Porém isso nos é totalmente ocultado pela condição de timidez em que se encontrava sua adoração. A timidez fragmenta e inutiliza a fé, impedindo que a pessoa experimente integralmente o poder do Espírito. Não é por acaso, que a Bíblia adverte que os tímidos não herdarão o Reino de Deus (Ap 21. 8). Mas a Cruz muda essa condição e revela aos homens a verdade pré-revelada que Ele é a luz do mundo, e não há onde esconder a luz e se esconder da Luz, isso é a obra e Seu Autor.
Urgência
Ele adquiriu o sentimento de urgência divina. Deus não tem pressa, Ele trata alguns assuntos com importância e dá a outros um peso de urgência. José foi tomado por esse peso ao entender que o tempo era curto e que algo deveria ser feito sem demora (era véspera de Páscoa). Somos procrastinadores por natureza, e empurramos com grande freqüência tudo com a barriga, de modo que coisas se entulham no armário que chamamos de amanhã. Jesus teve a sua vida permeada por esse sentimento de urgência que é comum no coração de Deus. E é Ele que nos ensina que existe uma virtude divina que nos habilita a regular melhor nosso tempo e nossas prioridades. Urgência não é uma luta contra o tempo, mas o uso adequado do valor que ele representa em nossas vidas e para a vida de outros.
Coragem
"Você não teria medo de ser reprovado se não amasse a lisonja".
(Agostinho)
Outrora todos os seus desejos eram sufocados pelo medo. Coisas como bondade, justiça e esperança se tornam opacas quando impregnadas pelo medo. José era um homem muito habilidoso no que fazia e isso lhe dava uma posição de maior destaque no Sinédrio, conselho de 71 anciãos que legislavam sobre todas as questões de envolviam assuntos internos e externos de Israel. José teve todas essas qualidades omitidas pelo medo até o dia da Cruz de Cristo. Ao ter o medo de seu coração vencido pelo Amor emanado da Cruz, ele corajosamente vai como nunca antes feito ao centro do poder Romano local e reivindica o corpo do Mestre, Pilatos então ainda tomado de temor (Jo 19. 8) em seu coração por tudo o que injustamente havia acontecido e ainda de estomago embrulhado pela situação ainda não digerida por causa do curto tempo em que tudo acontece, numa Crise de consciência e numa verdadeira atitude política para com os simpatizantes de Jesus de Nazaré libera o corpo morto de Jesus, porém, só depois de se certificar com o centurião (profeta por ocasião e testemunha ocular do ocorrido no monte calvário – Mc 15. 39) que de fato ele havia morrido. A coragem sempre carrega consigo uma dose forte de surpresa.
O verdadeiro amor lança fora o medo (I Jo 4. 18) . Adão e Eva não tinham a menor noção das virtudes de que foram dotados e depois do pecado não descobririam mesmo, pois o medo fez com que eles se escondessem e escondessem o que realmente eram (lindos). O medo sempre esconde o melhor que existe em nós!
Devoção
No momento que eles são atingidos pelo amor, a devoção é restaurada. Devoção e ser tomado pela convicção de que Deus é digno de nosso melhor (isso se estende sobre a vida financeira). E que esse melhor passa sempre primeiro por Deus. José dá a Jesus o que ele estava preparando cuidadosamente para a sua própria vida (o jardim e o túmulo previamente adquiridos, numa espécie de previdência funerária). Isso é devoção; é ser tomado pelo desejo de que Deus é merecedor do que de melhor preparamos para nós. Quando a devoção de Israel andava em dia, Deus operava grandes maravilhas e para esse mesmo compromisso é que o profeta Ageu chama o povo mais uma vez. A Devoção é a externação da fé genuína na Palavra de Deus. Toda a excelência contida no templo que Salomão construiu estava fundamentada num projeto que nasceu da mais sublime devoção de seu pai, o rei Davi.
Certeza espiritual
Logo ao amanhecer as mulheres vão ao túmulo, seus corações carregam uma só dúvida, porém agora uma certeza ainda maior. Quem poderia remover aquela grande pedra? Existe um elemento conflitante nesse texto. Se elas sabiam previamente (Mc 15. 47) que havia uma gigantesca pedra a porta do sepulcro, por que continuaram andando, se também sabiam não haver entre elas ninguém com tamanha força para removê-la? O Amor derramado na Cruz restaura a crença no coração humano e inspira o Apóstolo a dizer tempos depois baseado em suas próprias experiências Cristãs, que nós andamos por fé e não por vista (II Cor 5. 7). Elas tinham a sua frente, como destino final, uma tonelada de dificuldades para remover. Todavia, Deus poderia naquele instante, onde ainda não havia ninguém, operar um milagre. E assim é a vida Cristã. A fé é sempre maior que nossas dúvidas e inseguranças e é ela que nos faz andar, mesmo quando não temos certeza se os obstáculos adiante cairão. Certeza espiritual é um andar sobrenatural, é ela que dá legitimidade a confissão que declaramos. Se tivermos coragem de pisas nas areais em direção à imensidão inóspita do mar, Ele pode por Seu amor abrir as águas ou gentilmente nos convidar a andar com ele sobre elas, para escrever em nossos corações mais uma vez a verdade de que é poderoso para Criar de nossa crença algo que é capaz de abençoar a todos os homens (Gn 1. 1, 2...).
Evangelista Ney Gomes - 22 de Agosto de 2008.
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