TEMPO DE SER SERVO E TEMPO DE SER REI.
TEMPO DE SER SERVO E TEMPO DE SER REI.
"Sabendo Jesus que pretendiam proclamá-lo rei à força, retirou-se novamente sozinho para o monte (...) "Então, você é rei!", disse Pilatos. Jesus respondeu: "Tu dizes que sou rei. De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo".
(Trechos do Evangelho de João – NVI).
Era como uma onda crescente. Após cada milagre (que Nele significa demonstração de amor e compaixão), o povo decidia entronizar a Jesus. Algo tão intenso e tão comum a todos parecia não deixar dúvida que isso era o certo a ser feito. Uma grande tentação que passava diariamente pela cabeça dos discípulos e dos seguidores de seu ministério. Era difícil resistir a esse pensamento frente a tudo que Jesus operava e ensinava, bastava olhar para Ele e o coração se abastecia de coragem e vontade de dizer: Esse é o nosso Rei! Com tantas pessoas pensando do mesmo modo, só faltava alguém para levar a cabo tal verdade. A multidão buscava uma pessoa que os lideraria na concretização desse desejo, mas, contra isso Jesus lutava fortemente. O motivo que levava Jesus a se opor ao desejo do povo não era seu estoque elevado de humildade, nem excesso de modéstia. Jesus sabia o que era e por muitas vezes declarou a natureza régia de sua vinda a terra, mas, as coisas não aconteceriam somente pelo desejo de poucos. O que eles ofereciam a Jesus, não precisava de um governante (Lc 3. 1, 2). Uma grande verdade é que o Reino de Deus tem seu próprio plano de ação e Ele é baseado no Governo de Deus Pai e não no desejo da maioria. Ainda hoje, há lideres dispostos a seguir as tendências da hora, transformando Jesus no que for melhor para seu bem-estar. Se o povo quer sair da dificuldade financeira, apresentam Jesus como o "Tesoureiro de Deus" que tira o sufoco financeiro do mundo e por aí vai!
Posso afirmar seguramente que Jesus não precisa de lideres que seguem a multidão, mas, de líderes que lideram a multidão pelo caminho que lhes trará a verdadeira mudança. Antes de tudo, Jesus precisava marginalizar os discípulos, tornando-os capazes de não ceder à tentação de seguir a maioria, pois o Reino de Deus não é construído sobre a maioria e nunca será! (Rm 14. 17) Nem mesmo na igreja vivemos com a opinião da maioria, pois de forma pessoal nos reportamos diretamente ao Governo de Cristo em nossos corações agindo durante o dia levando em conta os seus desejos e não o do pastor e da igreja, apesar de observar o conselho de ambos. Antes de tudo, Jesus lhes ensinaria a sofrer a transformação. Durante os muitos anos que lecionei na classe de discipulado, sempre ensinei que cada um só pode dar o que tem e continuo crendo ser essa uma verdade básica do Reino de Deus. Primeiro temos que sofrer a ação do governo de Deus em nossos corações e depois sim impô-la! No episódio descrito em João 6 vemos os discípulos se habitando para ser as primícias de uma grande liderança que Jesus instauraria na terra. Eles foram capazes de muitas vezes abandonar a massiva opinião popular e seguir a singularidade de Jesus. Não era muito atraente tal atitude, mas, era o certo a ser feito. Quando habilitamos nosso coração nessa verdade enxergamos o tempo de cada coisa com outros olhos. Um coração discipulado enxerga o tempo e dele tira os benefícios que lhe são necessários. Jesus tinha uma clara visão do tempo e em seu decorrer encaixava perfeitamente suas atitudes (Gl 4. 4). E isso transformava pequenos encontros em ocasiões inesquecíveis. Quando somos discipulados conseguimos distinguir quando nossas ações serão benéficas ou não (I Cor 16. 12). O escritor sacro de Hebreus se espanta com a comunidade para qual escreve e denúncia o uso inadequado do tempo quando diz que pelo TEMPO que os conhecia já deveriam ser mestres (5. 11- 14). E no que diz respeito ao uso pessoal (aquilo que é de benefício próprio) do tempo Tiago diz que é melhor ouvir do que falar (1. 19). Como tornar Jesus rei, se em nosso coração Ele não exerce governo! Jesus tinha isso
Ser rei naquele momento seria muito fácil (Lc 4 5, 8), mas Jesus nunca esteve envolvido com valores superficiais tais quais facilidade e oportunismo. Se for eterno, tem de ser de verdade, tem de ser absoluto e de coração. Se for para transformar, tem que ser de dentro para fora e de cima para baixo (cabeça coração, céu terra). É certo dizer que Cristo em breve governará todas as nações e isso acontecerá com a revelação plena de seu governo no coração dos que esperam e crêem nele (I Ts 4. 13- 18).
Ney Gomes. Outubro de 2008.
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
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