ENTRE A MISÉRIA E O ESPLENDOR DO PECADO (Luc 16 - Rico X Lázaro).





ENTRE A MISÉRIA E O ESPLENDOR DO PECADO

(Reflexões sobre a parábola do Rico e de Lázaro – Luc 16).

 

"O irmão de condição humilde deve orgulhar-se quando estiver em elevada posição. E o rico deve orgulhar-se caso passe a viver em humilde...".

(Tg 1. 9 e 10ª - NVI).

 

À medida que se aproxima o fim de todas as coisas, as verdades espirituais vão sendo mais bem esclarecidas e alcançando os seus extremos absolutos. Digo extremo, pois não existe meio termo no reino espiritual e Jesus por diversas vezes deixou isso explicito (Mat 12. 30). E meditando sob essa verdade, na Parábola do Rico e Lázaro encontrei duas formas de compreender a natureza do pecado.


Em Lázaro está a miséria e a falta de sorte produzidas pela atitude passiva de Adão frente ao pecado. Da miséria deriva-se imediatamente a dor e a desgraça; o não poder fazer nada diante daquilo que nos agride e diminuí (Gn 4. 8). Lázaro estava caído, deixado ali (v. 20) com certo alívio por alguém que pobre como ele ao menos tinha saúde e pernas para andar. Com muita fome, porém sendo ele mesmo quase tido por refeição (v. 21). Qualquer pessoa está habilitada a sofrer as consequências do pecado na terra dos viventes, ainda mais se estiverem munidas com o pensamento de que nem tudo vale a pena na busca de uma vida aparentemente mais digna (I Tm 6. 10). Na miséria conhecemos de forma mais rápida o produto e a nocividade do pecado. Lázaro não tinha recursos para manter a vida em estado de dignidade social, mas tinha o suficiente para manter certa crença pessoal.


         No Rico está o esplendor do pecado. A dor e a desgraça causadas na vida futura, fruto do pensamento que não deseja a redenção e que só se importa com o que se pode obter nessa vida, não levando em conta os meios para tal aquisição. O brilho desse esplendor é a mentira do diabo, residente no crédito que Eva deu a serpente (Gn 3. 4). Foi ali que o coração do homem se endureceu para os valores eternos e verdadeiros embutidos em nossa natureza no ato da criação. Deus fez o homem para ser bom, para ser solidário e Lhe deu meios para isso, mas, o pecado escangalhou essa tríplice proposta. E esse cidadão de afortunada presença social é um exemplo clássico disso.


         Nossa fortuna não está no que temos ou deixamos de ter. Não são os valores materiais que validam o nosso bilhete de passagem para o expresso da última hora e fôlego (Luc 18. 30). A parábola não é sobre valores materiais, e sim sobre valores pessoais. Pois são os valores pessoais que controlam o que temos e o desejo por ter. Podemos ter um Lázaro com cabeça de Rico e um Rico com cabeça de Lázaro. Podemos ter um rico e um Lázaro no Inferno ou um Lázaro e um Rico no paraíso. Mas, a melhor coisa seria ter a mente de Cristo e poder ser pobre quando necessário sem, contudo deixar de ser rico para com os que precisam (2 Cor 8. 9).

 

Ev. Ney Gomes – Janeiro de 2008.

(Rascunho encontrado somente em 15/11).

 




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