(C12A) A DITADURA DA NOVIDADE.
A DITADURA DA NOVIDADE.
"Todos os atenienses e estrangeiros que ali viviam não se preocupavam com outra coisa senão falar ou ouvir as últimas novidades. Então Paulo levantou-se na reunião do Areópago e disse: Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos"...
(Atos 17. 21, 22 – Grifo meu – NVI).
No Mundo dos Atenienses se uma coisa era boa, ela não durava muito. Estavam sempre atrás de uma palavra nova, um pregador novo, uma canção nova, um cantor novo. Era necessário ter sempre mais um Deus e mais um altar (Ez 14. 3, 4). Nada era bom o suficiente para ser apreciado por algum tempo. Ao Deus eterno, que não muda nunca e não se renova, deram-lhe o nome de Desconhecido. Ele já estava há tanto tempo ali que eles nem lembravam mais de Seu verdadeiro nome. Estavam tão concentrados na novidade que rapidamente o velho perdia o valor e a identidade. Pensavam eles que assim eram homens livres, mas, na verdade, eram escravos. Filhos da cruel DITADURA da NOVIDADE. Sentenciados a não ter nada e estar sempre atrás de tudo. Paulo nos ensina que estar sempre atrás de novidades é uma marca inconfundível do religioso (v.22/Gl 1. 14).
Há pouco tempo um cartaz em minha cidade anunciava com palavras e foto a nova sensação (fenômeno) da música gospel. Passado pouco tempo, num novo cartaz os mesmos dizeres, agora com uma nova foto. Parece que somos de Atenas, sempre atrás de uma coisa ou pessoa nova.
Num dia estamos cantando que vamos morar no céu, no outro estamos chamando Deus para nossa casa, nossa vida. Temo que entre LEGUMES e MAIONESES a gente uma hora acabe se perdendo na estação. Há músicas, pregações e livros que valem a pena ler novamente (II Tm 4. 13).
Às vezes passo meses lendo o mesmo livro da Bíblia e revirando velhas anotações e artigos de revistas que tenho guardado. Falo com Deus a mesma coisa durante semanas e se existe novidade em algo é na forma como Ele me revela Seu amor e cuidado. Para pessoas que usam a palavra "eterno" como uma roupa, é de bom grado pensar um pouco sobre o que significa "novidade de vida" (Rm 7. 6). Afinal de contas, amamos um Deus que se apresenta como aquele que é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Ml 3. 6ª).
Ney Gomes – 17/04/09.
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