FAÍSCAS DE CRENÇA.
FAÍSCAS DE CRENÇA.
Disse-lhe Jesus: "Se vocês não virem sinais e maravilhas, nunca crerão".
Aproximando-se o tempo em que seria elevado aos céus, um pouco antes da festa da Páscoa, Jesus partiu resoluto para Jerusalém. Era chegada a hora de ir para o Pai, e à medida que caminhava para a Cruz, Jesus se tornava mais humano, mais dependente. A noite de Sua alma se aproximava rapidamente e seus discípulos ainda pouco sabiam sobre o que iriam suportar. Jesus andava cheio de certeza e seus discípulos cheios de dúvida. Um contraste violento que ainda não havia encontrado um lugar de equilíbrio.
Sinto-me enormemente constrangido quando consigo ver as manifestações de amor por seus discípulos. E isso me aconteceu hoje pela manhã, quando fazia meu devocional no ônibus, de volta para casa. Nem todas as coisas que vejo consigo descrever e não sei se terei sucesso em tentar fazer isso. Quando escrevi 'Mestres do Amor' também não sei se tive sucesso.
É dramático o dialogo de Jesus com Tomé e Filipe. O Tempo havia ingressado nas fileiras de seus inimigos e isso exigia ainda mais de sua humanidade. Em seu dialogo com Filipe sinto toda a dor que Ele carrega por ver em que nível está o entendimento daqueles que seriam considerados mais tarde, as colunas da igreja.
Não havia mais tempo disponível para fazer um diagnóstico do que estava errado. Se parecia ser tão difícil aos discípulos ver o Pai em suas palavras, era a hora de apelar para algo de mais fácil percepção. Jesus então usa de toda a sua humanidade e se humilha ao pedir que eles ao menos considerassem suas obras (Jo 4. 48). Edificar muitas vezes significa tolerar erros, buscar novas formas de fazer compreender e quanto mais se é humano, melhor se entende isso. Nesse momento Jesus sentiu o peso de ser homem, de necessitar pedir um auxílio, de ter insucessos. Acho que nem o diabo acreditava no que estava ouvindo. Acho que ele também não acreditava que Jesus fosse com sua humanidade até esse nível, até o fim.
Não era preciso incendiar os discípulos naquele momento, isso seria feito mais adiante (v. 12). Jesus só queria produzir algumas faíscas de crença. Esperar ver o Pai ser crer é admitir estar no mais baixo nível de fé. Crer é receber antes aquilo que vai nos beneficiar depois, nos momentos de dificuldade. É encontrar ajuda antes da necessidade. É ter certeza daquilo que se espera. Ora, se aquilo que se espera está ao alcance de nossos olhos, como podemos chamar isso de esperança? Não é por acaso que haja entre nós hoje, muitos fracos, doentes e não poucos decepcionados. Pois só por meio da esperança é que a vida de Deus se derrama em nossos corações. Sabemos que a esperança não confunde, pois o Espírito que o mundo não vê e não pode receber habita em nossos corações através de nossa crença no Governo Invisível de Deus em nossas vidas (Hb 11. 27).
E não há outra forma de agradar ao Deus invisível, senão crendo que Ele existe e que recompensa os que assim andam; nas obras de seu entendimento. Quanto amor e zelo de Jesus por nossas vidas. Sei que sempre poderei contar com sua compaixão, sua humanidade. Se eu falhar em minha missão, ele estará lá para me fazer crer de alguma outra forma. Ele vai me perdoar e me colocar novamente no corpo e quem sabe serei até mais útil, mais forte e mais homem depois disso. Ele sempre encontrará um jeito de extrair o melhor de nós. Foi assim com Tomé, Filipe, Pedro, Paulo e o cara de barba grande que montou um blog pelo caminho, cuja humanidade ele soube perdoar.
Ney Gomes, na busca da Graça.
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