A PLENITUDE DA VOCAÇÃO.

A PLENITUDE DA VOCAÇÃO.

 

Texto Base: Atos 10

Texto para Meditação: "Assim, Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com o propósito de aperfeiçoar os santos para a obra do ministério, para que o Corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da estatura da plenitude de Cristo. O objetivo é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para o outro pelas ondas teológicas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela malícia de certas pessoas que induzem os incautos ao erro. Longe disso, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo".

 (Efésios 4. 11- 15 – Grifo Meu – B. King James).

 

Ainda me encontro em estado de assombro e terror, por conta das coisas que o Senhor Deus decidiu revelar ao meu coração. Logo a mim, pobre homem e confuso que sou. Ainda sinto medo quando Deus me mostra essas coisas na palavra, e me pego a pensar no porcaria que sou e em como Seu amor é imenso.

            Existe um nível mínimo de conhecimento, para que haja o 'manifestar' de nossa verdadeira vocação em Deus. E isso se evidencia na pessoa de Cornélio, homem temente a Deus, que continuamente buscava fazer o que era certo. Podemos ser bem mais do que pensamos. Mas isso, só com a ajuda dos outros; e essa sentença também define igreja. Cornélio fazia coisas que agradavam a Deus, todavia, ele mesmo ainda não sabia como a Ele ser agradável. Então, Deus começa a tomar as providências para que esse quadro mude, e para que se cumpram as profecias que dizem respeito a todas as nações.

            Cornélio se encontrava em suas orações vespertinas, quando um anjo da parte do Senhor se apresenta a ele. Atemorizado, mal sabia que aquilo ainda não era o êxtase de sua experiência espiritual. O 'mensageiro' aponta para outro arauto, homem como ele, que estava não distante dali. Seu nome é Pedro, e ele é testemunha ocular das coisas que Jesus fez e ainda faz. Deus quer realizar algo na vida de Cornélio, Ele quer extrair à 'plenitude de sua vocação', e essa se encontra soterrada embaixo do pecado que habita em nossa natureza. Cornélio estava prestes a entrar no transcendente de Deus, e para isso, era preciso saber a coisa certa. Algumas pessoas são purificadas e depois alcançam coração puro. Mas, Cornélio tinha coração puro, antes mesmo de ser purificado e isso iria fazer valer a pena à quebra de vários costumes (v.28). Pedro é o nome do homem espiritual que vai ser o instrumento para tal acontecimento. Ele tem visão divina, mas, o que Deus vai fazer na casa de Cornélio está além de seu 'campo visual'. É necessário então, preparar seu espírito para mais um novo horizonte. A visão no terraço serviu para isso, para preparar seu entendimento e lhe conferir boa vontade (v.29).

            Nunca me senti bem com a interpretação moderna e corrente dessa passagem, feita por alguns pregadores que se consideram nesses dias 'o poder de Deus'. Atribuem eles ao Espírito Santo o defeito de ser afoito e mal educado. Fazem isso quando afirmam que o Espírito interrompe a pregação de Pedro. Dizem eles em sua loucura 'triunfalista' que Pedro falava demais. Ora, por que Deus então enviou Pedro? Ele o fez, exatamente por saber que Pedro em nada acrescentaria palavras ao que era necessário ser ensinado. Deus faz a parte dele, e é necessário fazermos a nossa; que é justamente trazer as pessoas até a condição de serem alcançadas pelo Espírito de Deus.

            Cornélio se encontrava numa situação confortável se comparado ao dia de Pentecostes (v.33). Pois naquele dia, o Espírito foi derramado senão nos discípulos de Jesus que já há muito se encontravam reunidos ali. O povo judeu (escolhido) mesmo, no dia da festa nada recebeu, senão somente o perdão de seus pecados e a promessa de um derramar (2. 39). Pedro certamente não estava preparado para ver o que aconteceria naquele lugar, tendo como base a experiência de Pentecoste.

            Volto a afirmar que existe uma condição mínima de conhecimento a ser preenchida para que haja uma verdadeira experiência com Deus. Somos mineradores, garimpeiros que trabalham para tirar de debaixo das camadas de pecado a grandeza de se ser humano, de carregar a imagem de Deus. O Espírito se derramou sobre todos e todos falavam em línguas como eles antes, no início. E eles nem eram descendência de Abraão, então como pode isso ser assim, tão intenso? Pedro já havia lhes informado tudo o que era necessário saber para receber o Espírito, não havia mais tempo para perder, o que eles agora sabiam satisfazia o desejo de Deus (Jo 17. 3). Pedro não foi interrompido, pelo simples fato de nunca ter estado no controle dos acontecimentos. Deus fazia tudo e operava em todos, e isso era comum na igreja dos 'primeiros irmãos'.

            Pregadores que anseiam ser interrompidos pelo Espírito de Deus (eca!). Interrompidos por quê? Por que são eles que fazem tudo! Deus é só um partícipe nos circos de horrores que eles montam. A fera que se mostra no fim dos espetáculos. E eles não são pregadores desse poder, e sim, domadores! Mas, em ATOS 10, a fera domada é Pedro, que se lhe sujeita e obedece. É o seu poder que está à disposição de Deus (11. 17). Ele é a parte que importa no tudo que Deus faz. E ele fala enquanto Deus quer estar calado. E quando Deus fala, não há mais nada a ser dito. Só verdades com as quais se admirar (v.47). Então, quem está interrompendo o quê?

 

Ney Gomes – 19/11/2009.

 

"Todas às vezes quando olhamos para Jesus desejando ser igual a ele, isso soa para o Espírito de Deus como uma oração. E é uma oração que o Espírito Santo sempre atende." Ariovaldo Ramos, site.

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