SALVOS PELA BELEZA.


SALVOS PELA BELEZA.

(Semelhanças entre Moíses e Lincon).

 

"Um homem da tribo de Levi casou-se com uma mulher da mesma tribo, e ela engravidou e deu à luz um filho. Vendo que era bonito, ela o escondeu por três meses. Quando já não podia mais escondê-lo, pegou um cesto feito de junco e o vedou com piche e betume. Colocou nele o menino e deixou o cesto entre os juncos, à margem do Nilo. (...) A filha do faraó descera ao Nilo para tomar banho. (...) Nisso viu o cesto entre os juncos e mandou sua criada apanhá-lo. Ao abri-lo, viu um bebê chorando. Ficou com pena dele e disse: "Este menino é dos hebreus". (Trechos de Êxodo 1 – NVI).

 

Assim que deu a luz, ela se tornou escravo de sua doçura. Já era tarde demais para tomar qualquer decisão, fazer qualquer coisa. Não sei precisar bem por que as Sagradas Escrituras dizem que Moíses era bonito, e o peso exato que isso teve para sua sobrevivência. Mas, a verdade, é que Moíses foi salvo pela beleza. É estranho dizer isso, quando sabemos que Deus não faz acepção de pessoas, e que a ninguém trata com parcialidade. Que aceita com prazer em todas as nações aquele que O teme e faz o que é justo.

Mas, não dá para inventar nada, Moíses foi salvo por que era agradável aos olhos, e sua beleza ainda garantiria a sua segurança por três meses. Todavia, sempre chega o tempo em que a beleza nada mais pode fazer, e Moíses cedo seria entregue a essa verdade. Ali, preso aos juncos na margem do Nilo ele chorava, sob o olhar distante e esperançoso de sua irmã. Assim que foi encontrado pelas criadas da filha de Faraó, ela não teve dúvidas: "Esse menino é dos hebreus!"

Entretanto para ela, também já era tarde demais. Sua ternura, ainda exalando afeto, cativou seu coração. Moíses era lindo como o mais puro e caro dos palácios, e ao lembrar-se disso não teve dúvidas; seu lugar era entre os nobres da terra.

Mas, até estar em segurança, como não sofreu o coração de sua mãe. Ter que de forma tão precoce entregar seu filho aos próprios méritos. Na verdade, não distante dali, Deus achava não só Moíses, como todo aquele acontecimento muito bonito, e tudo se passava debaixo de Sua total atenção. Moíses era lindo, lindo como tudo o que Deus já estava arquitetando para mais adiante. A verdadeira beleza de Moíses ainda havia de se manifestar, e estava ela em sua plenitude, no coração manso e obediente que possuía. Ele era perseverante e amava o que era correto. Demonstrou sua verdadeira beleza ao defender as jovens pastoras e mesmo na trapalhada que fez com o oficial egípcio conseguimos ver alguma beleza. Deus amava a beleza de sua santidade, de sua humildade e de seu compromisso com seu povo. A beleza de sua coragem, ao procurar compreender o que nunca tinha visto. Refiro-me a sarça ardente.

Beleza é uma coisa que esteve presente por toda a vida de Moíses, e de uma maneira que nossa mente não entende, Deus se valeu dela para Seus propósitos. Deus se deliciou dela e depois, usou ela para vencer Faraó e todo o Egito. Se ela pudesse ser reproduzida, valeria a pena tirar toda aquela nação com braço forte do cativeiro. Fazer um novo povo, belo como ele.

No inicio Deus usou a beleza de Moíses a seu favor e anos mais tarde, a favor de todo Israel. Quando o helicóptero do CBMERJ desceu em frente ao Hospital de Rio das Ostras, soube de imediato que meu filho estaria por conta de Deus e sozinho, como Moíses. Um parto mal feito e às pressas, e o resultado foi uma mulher que teve a bexiga cortada e um recém nascido com suspeita de traumatismo craniano. Meu mundo parecia ruir de uma vez. Pois um erro no parto é péssimo, mas, dois erros é tragédia. Quando meu filho levantou voo com os médicos do corpo de bombeiros, senti o que Joquebede enfrentou. Mas, as águas do meu Nilo tinham correntes mais fortes e meu filho foi. Chorando, vi o helicóptero ir para Oeste. Não sabia mais o que era o Nilo e o que era minhas lágrimas. Senti naquela hora que eu tinha falhado em protegê-lo, ampará-lo. Ele foi transferido para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, referência em neurologia. Na verdade, naquele momento era eu que precisava de um médico de cabeça. Sob o sol vespertino ele foi e levou com ele tudo o que eu sabia e tudo o que eu podia. Na noite que se seguiu não conseguia me lembrar de um versículo, não consegui fazer uma oração. Só conseguia pensar em como ele era bonito, e foi nesse momento que senti que Deus concordava comigo. Quando a aeronave subiu para fazer um voo de 30 minutos entre Rio das Ostras e Saracuruna, um irmão (Henrique) que estava comigo e de carro me disse: Quer ir para Duque de Caxias agora? E eu disse: não. Eu não conseguia pensar em nada, mas, não havia esquecido tudo. Sabia que Deus era Deus e que eu, era só um porcaria. Além disso, muitas pessoas já corriam risco de morte, e eu não ia entregar à escuridão da estrada mais duas vida. Saímos de Rio das Ostras sábado, onze da manhã, para uma viagem de três horas. Três amigos me levaram a Caxias, Henrique, Cláudio e Alex (Vereador de Rio das Ostras, que me ajudou em todo o processo com a direção do Hospital em RO).  Meu coração se preparava para ver o pior, pois as previsões médicas no dia anterior não haviam sido boas. Quando cheguei naquele mundo de Hospital, me perdi em seus corredores procurando a UTI neo natal. Quando encontrei a porta, precisava entrar e encarar a realidade, então entrei. A pediatra responsável pelo setor me recebeu, pediu identificação e de forma lógica perguntou pela mãe. Eu não era quem elas esperavam (Tinha umas oito mulheres naquela UTI). Olhei todas as crianças de onde estava e não conseguia ver meu filho, a doutora então me disse que ele tinha sido examinado pelo neurologista pediátrico e que as suspeitas não haviam se confirmado; meu filho estava de alta. Logo quis ver ele, e a enfermeira me levou onde estava. Para minha surpresa, ele deitado, dormia tranquilo, como dormem os príncipes, cercado de mulheres e mordomia. A enfermeira disse que ele havia chamado a atenção de todas no berçário e que gostava de chorar para ir para o colo. Pegou a manha do negócio rapidinho. Ver ele ali, naquelas condições, foi como vê-lo no palácio de Faraó, ele estava bem melhor que eu, que sua mãe, ainda internada e com sonda pendurada. Como não sabia que ele estava tão bem, não pude trazê-lo no carro. Não era seguro e deixei-o lá, agora com meu espírito renovado na certeza que Joquebede tinha em seu coração. Na segunda feira voltei lá com meus pais e trouxemo-lo para estar com sua família natural, com seus novos amigos e pondo fim a sete dias de agonia. Quando saí do Hospital a enfermeira (Elizângela) que cuidava dele fez questão de vir do lado de fora entregá-lo nas mãos de minha mãe. Como não sou bonito, quis ela saber se ele havia puxado os avôs.

Espero mesmo que as semelhanças entre Moíses e Lincon não parem por aqui. Espero mesmo que ele seja uma benção nas mãos de Deus e que por ele Deus faça também seus sinais e maravilhas. E que a beleza que ajudou ele hoje, continue lhe ajudando por toda vida, assim como foi com Moíses.

A beleza a qual me refiro não é a beleza externa, interna e pessoal.  Mas, a beleza de tudo o que Deus fez e que ainda deseja fazer. Pois é essa a única beleza que realmente é fundamental.

 

Ney.

 

 





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