A ETERNA E INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER.

 

A ETERNA LEVEZA DO SER.

"Assim, deu ordem para que parassem a carruagem. Então, Filipe e o eunuco desceram à água, e Filipe o batizou. Quando estavam saindo da água, o Espírito do Senhor, de repente, arrebatou a Filipe. O eunuco não o viu mais, contudo, pleno de alegria, seguiu o seu caminho. Entretanto, Filipe apareceu em Azoto e, indo para Cesareia, pregava o Evangelho em todas as cidades pelas quais passava".

(Atos 8. 38- 40 – KJA).

 

            Trabalhar em Macaé; conviver com pessoas ali; e observar o ciclo do petróleo; me fez aprender que na vida existem pessoas pesadas e pessoas leves.

            Essas pessoas tratam seus amores com a mesma intensidade, mas de modos diferentes. Uns apóiam-se no amor para ir mais longe, e outros para estar mais perto. O advento da tecnologia diminuiu em muito as distâncias e a necessidade do ir. No entanto, ir, ainda é fundamental (Mc 16. 15). Em nosso tempo Paulo não faria as três grandes viagens missionárias que tão bem nos são descritas em Atos. Mas certamente, faria uma infinidade de viagens menores, de tempo mais curto e importância semelhante. Por que ir é uma ordenança de Cristo e pessoas precisam é de pessoas! (Mc 1. 38).

            Sobre pessoas pesadas, é importante dizer que em todos os tempos, Deus precisou de pessoas que permanecessem. Essas pessoas geralmente sustentam a obra e dão contínuo testemunho por sua vida (Mc 5. 19). Mas, quando todos resolvem permanecer, a tragédia é anunciada (Rm 10. 14, 15). Estamos nos tornando numa igreja de pessoas que ficam; que permanecem (mas com conforto é claro!). Nos últimos anos não ouço falar de aspirações missionárias e isso – confesso – me dá medo.

            Sobre pessoas leves é importante dizer que elas veem mais cores, mais coisas, mais vida. Experimentam mais e consequentemente são mais intensas. Valorizam mais rápido a questão do espaço, e por isso, a liberdade. São aquelas cuja vida, facilmente leva para outros lugares, novas oportunidades, novos desafios.

            Filipe é o retrato fiel dessa descrição de leveza. Ele aparece em Jerusalem, é visto em Samaria, Gaza, Azoto e em Cesareia. Sua vida é facilmente conduzida pelo frescor do vento divino. Seu arrebatamento nada mais é, do que o certificado de sua leveza. Ele sabia com exatidão apontar o valor da liberdade, e por conta dessa verdade, Lucas nos apresenta ele como evangelista (At 21. 8).

            Filipe era mais interessante e isso atraía as pessoas para as suas palavras. Não falava somente da liberdade que Cristo dá, mas, da liberdade que todos querem ter. E podia fazia isso por causa das suas experiências, do que tinha visto. Sem regras, sem jogos de aparência; só suavidade e leveza, como Cristo anunciou (Mt 11. 30).

            A igreja – você deve concordar comigo pelo que anda vendo – se tornou numa instituição pesada demais (At 15. 10). Cheia de regras e etiquetas que os homens inventaram. Com um monte de coisas que devemos obedecer para não sermos diferentes dos demais [sic]. Meu sonho é possuir a "leveza" de Filipe. E ser encontrado Nele, "fácil de carregar" naquele dia (Fl 3. 9).

            Saiba que se você insistir nesse discurso sobre a importância de ficar, socorro e livramento surgirão de outra parte (Et 4. 14). E você estará obstruindo o desejo sincero que alguns têm de ir. Pois ainda são muitos os que clamam: "Venha o teu Reino".

 

Ney G. Ferreira – 04/08/2010.

"Zona de conforto era para ser uma metáfora!"

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