[2. 6] UMA IGREJA ESOTÉRICA.
21/08/2003.
COLOSSENSES. UMA IGREJA ESOTÉRICA.
"Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele..." (Col 2. 6 - VRC).
A característica mais forte do esoterismo é o relacionamento vertical. No esoterismo, como nos define o dicionarista, as pessoas se acham melhores que as demais, por acreditar que sabem algo que o resto ainda não descobriu. Essa verdade sobre os esotéricos fere gravemente a comunhão da igreja. Veja as palavras de Lucas registradas em Atos: "E perseveravam na doutrina dos Apóstolos..." (2. 42).
A tendência natural do esoterismo é se restringir a um número pequeno de indivíduos, fato que não lembra em nada a igreja de Cristo, pois nos é declarado em ATOS que a doutrina dos Apóstolos estava entre a multidão. Todas elas vivendo uma qualidade de vida excepcional, tão marcante que nos é dado como modelo a ser seguido. Mesmo não sendo esse um livro doutrinário!
Em todas as suas formas, a igreja vai em direção oposta a esses ensinos esotéricos. Modismos e misticismos têm de certo modo infectado a igreja com essa idéia de relacionamento unidirecional. Ao escrever aos Colossenses, mais precisamente em seu terceiro capítulo, Paulo parece ter amarrado uma âncora nesse desejo esotérico que existe desde há muito tempo atrás. Misticismo é a atração irresistível pelo oculto, pelo espiritual invisível. Espiritual não é sinônimo de invisível. João diz isso nas primeiras palavras de seu Evangelho: "E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. Vimos a sua glória, glória como a do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade". (v. 14).
O Apóstolo deseja trazer a comunidade de volta ao que também produz vida e benção; os relacionamentos horizontais (Sl 133). Sim! Há um esquecimento conveniente em nosso meio sobre esse assunto. Ninguém quer a benção que brota do cuidado mútuo. Há benção na comunhão, e isso é escancaradamente declarado em Atos dos Apóstolos.
Porém para isso é necessário "alguns" ajustes básicos. Quando as pessoas estão buscando a face de Cristo no Céu, Paulo com um arpão as trás para a realidade, de que Cristo, esta no meio do Seu povo. Por esses instrumentos esotéricos, muitos têm sido novamente escravizados (2. 8). Um forte apelo contemplativo/ascético tem tomado conta de nossas igrejas. Hoje se cumpre às profecias de Paulo, registradas em sua carta a Timóteo: "Porque virá tempo que não sofrerão a sã doutrina". (II Tm 4. 3a). Em nenhuma outra época Paulo poderia ser mais exato. Hoje, se é necessário somente dizer que um anjo falou com você, para ter todas as atenções de que se precisa para destruir uma igreja. Isso é lamentável, pois se não fossemos tão espirituais (porque não dizer esotéricos), talvez seríamos mais unidos e fortes. Ao sentir a pressão da morte, Paulo faz uma escolha, que nos é revelada em sua carta ao Filipenses: "Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isso é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário por amor de vós ficar na carne". (1. 23, 24 - VRC). Se os místicos evangélicos fossem realmente inteligentes, prefeririam a comunhão como formula básica para se encontrar Deus.
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