Liberdade Cristã na Carta de FILEMOM (COLOSSENSES).
O Conceito de Liberdade Cristã na Vida de Paulo.
"Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e seu irmão Timóteo, a Filemon, nosso muito amado colaborador (...) prefiro fazer apenas um apelo à tua caridade. Eu, Paulo, idoso como estou, e agora preso por Jesus Cristo (...) venho suplicar-te em favor deste filho meu, que gerei na prisão, Onésimo. Ele poderá ter sido de pouca serventia para ti, mas agora será muito útil tanto a ti como a mim. Torno a enviá-lo para junto de ti, e é como se fora o meu próprio coração. Agora, não já como escravo, mas bem mais do que escravo, como irmão caríssimo, meu e sobretudo teu, tanto por interesses temporais como no Senhor. Portanto, se me tens por amigo, recebe-o como a mim".
(Trechos do bilhete de Paulo a Filemom).
Do saguão os escravos da casa ouviam sem entender bem como Epafras se apresentava em meio a tantas pessoas como o "escravo" do Senhor. Mas, havia um EM PARTICULAR que não conseguia entender em seu coração como alguém que é escravo fala com tanta paixão sobre liberdade. Quando Onésimo fugiu da casa de seu senhor, seus pensamentos sobre Paulo ainda fervilhavam em sua mente. Tudo o que Epafras falara sobre ele estava bem vivo em sua mente. Se havia um escravo capaz de ensinar alguém há ser livre esse escravo era o Apóstolo Paulo. Então de posse de algumas coisas, Onésimo dá seguimento aos seus planos de fuga. Seu destino? Roma, a distante e brilhante Roma.
É impossível imaginar que um homem velho e preso seja capaz que conduzir alguém pra fora das paredes que lhe prendem. Mas, o que mais habilitava Paulo a falar sobre liberdade eram suas cadeias. Ele era prisioneiro (gr. Desmios) da ética divina, da moral inegociável, de uma fé não fingida e de uma consciência pura para com Deus e os homens. Alias, no mundo espiritual reza essa lei divina:
Quanto mais somos escravos desses valores, mais nos tornamos aptos a falar sobre liberdade (II Tm 2. 24). E Onésimo percorreu quase dois mil quilômetros por que Paulo era o único que podia lhe ensinar bem o que é liberdade.
Paulo então satisfaz seu desejo e lhe conduz até Àquele que verdadeiramente pode lhe dar uma definitiva "carta de alforria". A vida em seu insinuante exercício nos impõe sempre a necessidade de tomar decisões e Paulo iria ensinar a Onésimo que essa é a face mais importante da liberdade. Escolher o que é certo ou o que é justo faz parte do exercício de liberdade. Ser livre de fato significa fazer o que é certo e não o que é justo. Nenhum de nós possuí justiça suficiente para fazer o que é justo e quando tentamos sempre prejudicamos alguém (Is 64. 6). Era justo manter Onésimo consigo, mas não era o certo a ser feito. Paulo ensina então a Onésimo um dos maiores segredos de seu ministério. Filemom era um grande amigo de Paulo, cujo filho estava sendo preparado para o ministério (Col. 4. 17), sua família era uma benção para a igreja que estava em Colossos. Jamais Onésimo poderia imaginar que Paulo colocaria essa amizade com todas as suas vantagens em risco por conta de um escravo. Porém Paulo em toda a sua vida nos ensina que ser livre significa correr riscos incalculáveis.
Ao enviar seu próprio coração (v. 12) para o meio da questão, Paulo arriscava em muito os interesses de "seu Senhor". Porém Paulo era um escravo que tinha Sua total confiança. Por que agia com lealdade em todas as suas atitudes. Paulo tinha o melhor Senhor de escravos que alguém pode conhecer e roga a Filemom que haja com a mesma dignidade e realeza.
Lamentavelmente hoje ouvimos muito à expressão, "servos do Senhor". Porém nem sempre a dignidade que acompanha essa função. São escravos não tão escravos, são mentirosos, egoístas, traidores e falsificadores "fraudulentos" da palavra de Deus. Livres em seus desejos e paixões carnais. Que se aproveitam da "ausência" de seu Senhor para se deitar com suas mulheres e para beber de seu melhor vinho. Que se banqueteiam com a fortuna de seu Senhor e que exigem bajulação dos empregados mais novos da casa. Escravos que tem muita coisa a perder e nada a arriscar. Um verdadeiro servo do Senhor (e em conheço alguns), só pode penhorar seu coração; eles não possuem nada mais de valor, afinal, são escravos. Em contra partida temos alguns escravos comportando-se com verdadeiros senhores de escravos, esquecendo-se de que todos somos servos de algum senhor (Mt 6. 24/Ef 6. 9). São tão senhores que se assenhoreiam do título de servos para ter nobreza. Porém em nada agem como tal.
A vida que Paulo escolheu viver lhe fez dono de uma opinião aceitável em qualquer circulo que discuta sobre valores que enobrecem a vida. Fez-lhe ser dono de um nome que marcou a História e de um exemplo imbatível de fé e lealdade. Como bem nos ensina Jesus: Os que são fiéis sobre o pouco, sobre o muito são colocados!
Ney Gomes. 29/05/2006
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo."
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo."
1 Timóteo 4.10
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