[Fm 12] UM TRANSPLANTE DE EMERGÊNCIA
COLOSSENSES. UM TRANSPLANTE DE EMERGÊNCIA
"Eu to envio de volta em pessoa, quero dizer, o meu próprio coração".
(Filemon 12 - VRA).
A teologia nos informa que DOUTRINA são todos os ensinamentos que dizem respeito à salvação. E que isso fique bem gravado em nossa mente, a fim de não sairmos por aí, pregando costumes como ensinamentos que conduzem a Cristo. Falo sobre isso, pois em Colossos havia uma grande resistência em relação a certos ensinamentos de Paulo, sua doutrina. Principalmente àqueles que colocavam Cristo como Senhor de nossas coisas e nossas vidas. Colossos era uma cidade, creio eu, cheia de senhores de escravos; em colossos todos sabiam como mandar. Como diz uma velha música do Raul Seixas: "O problema é muita estrela para pouca constelação". Erasto ao perceber a difícil situação em que se encontrava, foi pedir auxílio ao "escravo do Senhor", o Apóstolo Paulo. Porém ele já estava informado do problema por Onésimo (4. 7, 9), um escravo fugido de seu senhor, que por sua vez, era também o dono da sede da igreja de Colossos.
Hoje, e falo com certeza absoluta que muitos pastores não se envolveriam nessa questão, mesmo que tivessem sido tragados por ela como foi Paulo. Porquê? Porque hoje muitos homens e mulheres de Deus, querem estar ao lado dos senhores da igreja, e também para defender seus próprios interesses. Sentindo a necessidade de fazer alguma coisa, Paulo toma a sua primeira decisão, que é limpar, e não lavar suas mãos (isto é, devolver Onésimo). Paulo amenizando a condição de Onésimo se apresenta como o prisioneiro do senhor. Faz questão de deixar claro que entende o que é ser escravo (o que certamente deixou Filemon constrangido. Mas esse era o efeito esperado). Em seguida, chama Filemon de cooperador, num golpe final de misericórdia. Agora que o caminho do coração de Filemon estava aberto (II Co 6. 12, 13), tudo poderia ser resolvido. Em Colossos todos mandavam, o partidarismo era visível na igreja, acredito que a classe mais forte era aquela que tinha posses e escravos, caso contrário, Onésimo teria encontrado ajuda dentro da igreja, e não teria tomado a atitude tão desesperadora de fugir (tem algum Onésimo por aí?). Ali, alguns viviam de aparência, uma vez que os estudiosos nos mostram que nesse período Colossos estava em decadência sócio-econômica. Com tantas dificuldades, e estresse que disso resultam, não é preciso ter uma mente muito fértil para imaginar a causa da fuga de Onésimo (maus tratos!). Paulo mandou uma carta e um bilhete pessoal para Colossos, mas o que garantiu o bem-estar de Onésimo em seu assustado retorno, foi o coração de Paulo (v. 12). Isso mesmo, Paulo mandou para Colossos o seu próprio coração! Como símbolo máximo de seu envolvimento com a questão que envolvia a igreja, Filemom e Onésimo, aleluia!
Eu aprendi com Paulo, em meio a muito sofrer, que é necessário se envolver, quando se deseja obter bem-estar. Muitos criticam, poucos se envolvem e a maioria foge! Paulo chama a atenção dos Colossenses para a lei da semeadura (4. 1). Pois Deus ao contrário de nós, não faz acepção de pessoas (3. 25/ Ef 6. 9). Por isso faz uma recomendação pessoal para Arquipo, no fim de sua epístola, onde diz para ele atentar e cumprir seu ministério. Encerra com o anseio de que se faça justiça, isto é, cumpra fielmente a doutrina da igreja. Pois Cristo em sua parousia só há de se conformar com aqueles que amam a doutrina dos Apóstolos. A moral da história se resume nisso: Quando todos mandam muito, ninguém manda em nada, e nada vai pra frente, ou melhor, para cima.
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