2ª INTRODUÇÃO DE CORAÇÃO DE ELISEU.

LIGANDO OS PONTOS.


Eliseu foi profeta de Israel em IX A.C. e o que podemos saber dele, é que possivelmente fosse nativo de Abel-Meolá, no vale do Jordão. É provável que tenha vivido mais de 85 anos, e cumprindo sua missão. Não nos é apresentado nenhum tipo de formalidade em seu ministério (a tradicional unção com óleo). Depois de convocado, passa a seguir Elias até o momento de seu translado. Profetizou e exerceu grande influência sobre o governo de 06 reis. Mas, diferente de hoje, podemos contemplar seu ministério entre os pobres, classe média, alta e estrangeiros. John Bevere, em seu livro “Assim Diz o Senhor?”, declara corretamente: “O conceito de profeta como sendo uma pessoa que prediz o futuro é errado” (pág. 40 – Ed. CPAD).

Lamentavelmente, nós brasileiros ainda não conseguimos nos livrar dessa definição desgraçada. Tal coisa, ainda mantém papel importante nas altercações que nos atormentam. Em quase todos os dezoito episódios Bíblicos, Eliseu nos é apresentado como alguém que anda em sintonia com a mente de Deus e a necessidade do povo. À semelhança de Samuel, Eliseu nos encanta por ser um profeta perambulante, isso é, andava por todo o lugar. Visto com facilidade em palácios e tugúrios, exercendo seu papel moral a exaustão. O comentarista da Bíblia Plenitude define o ministério de PROFETA, como um ministério exercido por pessoa madura, cuja mensagem é dirigida de forma especial e divina à igreja e ao mundo. Essa é certamente a definição de que precisamos, pois outras, apontam para a casualidade da mensagem e do tempo (B. Plenitude – pág. 1393).

O filho de Safate nos é apresentado como um homem livre dos efeitos da ambição. Mal esse, que persegue tenazmente profetas e pastores. Alias, Eliseu vem de família que possuía certos recursos (conhecia bem o sabor do melado). Andando, falando, ensinando, agindo, interagindo, ouvindo e amando. Esses verbos são a verdadeira riqueza dos profetas e muito bem vistas “nos quatro pés” da mesa da comunhão. Eliseu, profeta pé de mesa, se harmoniza perfeitamente com todos os mais altos valores neotestamentários. Sua vida nos fornece lições preciosas para compreender como deve agir um profeta nesses dias.


INTRODUÇÃO AO “CORAÇÃO DE ELISEU”.

“Ora, tropas da Síria haviam atacado Israel e levado cativa uma menina, que passou a servir à mulher de Naamã. Um dia ela disse à sua senhora: “Se o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra”. Naamã foi contar ao seu senhor o que a menina israelita dissera. O rei da Síria respondeu: “Vá. Eu lhe darei uma carta que você entregará ao rei de Israel”.
(2 Rs 5. 2- 5).


         Pessoas são responsáveis por quase 90% do que sabemos de Deus. Mas, são os profetas que devem subir essa taxa para 100%. Sem profetas, os olhos do povo se fecham para o que Deus está fazendo. E com certeza a expressão “dias difíceis”, aponta para um tempo de poucos profetas. Um profeta verdadeiro sempre evoca sobre os corações a verdade do céu; das mãos limpas e do coração puro. Num Clássico da Literatura Cristã Nacional, o pastor Elienai Cabral diz que nos primitivos dias da igreja, os profetas eram bastante ativos, expondo a vontade e a mente do SENHOR. Ele diz que é “credo popular” e não Bíblico, crer que profeta é alguém que só prediz o futuro. Em suas palavras, profeta é alguém que interpreta o sentimento do Espírito Santo para o povo. (Comentário Bíblico: Efésios. Págs. 87, 88 e 89 – Ed. CPAD). As razões da palavra “profeta” mexer com a mente do povo, está diretamente ligada à quantidade de vezes que aparece na Bíblia. No Antigo Testamento são mais de 340, e no N.T. mais de 160 citações; mais do que o dobro das vezes que aparece a palavra “Apóstolos”.        
        
O Capítulo 5 do Segundo Livro de Reis é decisivo para fazermos com exatidão o contorno de uma figura profética. Nele, por duas vezes, nos fica claro a importância do coração. Podemos perceber o efeito que a santidade de Eliseu provoca na vida dos Israelitas. E podemos perceber o efeito que a Santidade de Deus provoca no CORAÇÃO DE ELISEU.
A importância do ministério de Eliseu é mais bem vista na jovem escrava de Naamã. A lembrança do profeta encheu seu coração de forças, para que pudesse andar na contramão dos acontecimentos. Enquanto alguns já preparavam uma coroa de flores e palavras de consolo para a futura viúva, ela fez a oração da ressurreição! Ela plantou o seu milagre no coração de Naamã! Se a semente crescesse, ela certamente colheria alguns frutos. Senão, Deus a honraria de alguma outra forma (Rm 13. 7). Deus está sempre disposto a fazer um milagre se nós lhe apresentarmos um bom motivo para isso. Sem a esperança da mensagem profética, qualquer pessoa em tal situação tentaria uma fuga ou qualquer outra estupidez (Ef 6. 6/Filemom).

                A menina israelita apostou num milagre de amor para ser livre novamente. Em tempos onde há verdadeiros profetas, os homens estão sempre apostando no melhor; no que é bom, perfeito e agradável. Profetas são lembretes de que milagre maior é Deus operando na vida dos outros. Jó foi restaurado quando orou por seus amigos e José quando orientou Faraó em tomar uma atitude para salvar o Egito. Profetas como Eliseu, nos lembram todos os dias, que precisamos mais de anônimos cheios de Deus do que heróis cheios de lepra. Quando há profeta em Israel, há esperança em todos os lugares!




O Episódio de Naamã nos lança dentro do Coração de Eliseu. Quem é profeta? Senão, aquele que pelo Reino se recusa a ter lucro sobre a real necessidade alheia. Aquele que se recusa a aceitar suborno para ter o errado por certo. A atitude de Eliseu frente aos 350 quilos de prata e 72 quilos de ouro, nos deixam com vergonha desses que hoje, em nosso país, se intitulam profetas e apóstolos. É daqui que extraímos as bases para condenar qualquer atitude de disposição contrária. Estou falando, para ser mais exato, de uma recusa à R$ 525, 000 em prata e R$ 3, 240. 000 em ouro (na cotação de junho/2011). Um profeta “megalomaníaco” iria adorar uma cifra assim em seu favor. O apóstolo “bagulho frenético” daria finalmente entrada em seu jatinho tão sonhado. Naamã seria mostrado com exaustão nos programas da madrugada; levado para testemunhar em todas as concentrações feitas pelo país a fora. Um troféu ministerial sem igual!

                Quando surgisse um “milagre mais rico”, mandariam Naamã para casa, de mãos vazias. Levar terra daqui? De jeito nenhum! Deixa a terra aí, pra ser peneirada e usada no emboço do muro do mega-hiper- refrigerado-luxuoso estacionamento-templo-shopping da glória de Deus.
Fique aí Naamã, não venha ao Brasil não! Pois o que há para se saber aqui, dá para receber em casa pelo correio, com frete grátis, na compra acima de R$ 140, 00.

Texto original de 24/12/05, atualizado em 30/06/11.
Ney Gomes.
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10

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