Lições - O Perigo do Pânico.

PERIGO DO PÂNICO.

                Eram quarto: O garimpeiro, a esposa, a filhinha e o cão. Depois, ficaram três. A esposa não suportou as asperezas no inverno rigoroso. Partiu para sempre na viagem sem volta que a vida a todos oferece.

                O trabalho não podia parar. Enquanto o garimpeiro procurava o diamante que lhe daria riquezas sem fim, o cão fiel ficava na cabana tomando conta do bebê. O lugar era solitário. Nenhum vizinho num raio de quilômetros. Apenas de viventes, os lobos, que em alcatéia corriam os campos gelados à procura de alimento. O cão era valente, de boa raça, e não seria qualquer lobo que o venceria. E a vida, ia correndo...

                Uma tarde, carabina ao ombro, voltava o garimpeiro de uma caçada. O silêncio foi quebrado pelo latido do cão que saiu porta a fora indo ao seu encontro. Mas o que era aquilo? O animal estava todo sujo de sangue! Raciocínio rápido e conclusão mais que apressada: Atacado de hidrofobia, o cão matara o bebê e agora tentava alcançá-lo procurando outra vítima. O garimpeiro não se deteve para um segundo pensamento. Destravou a arma, ajoelhou-se, fez pontaria e puxou o gatilho.  O cão – uma bala na testa – deu um salto, um uivo e caiu morto.

                Ele correu para casa e – surpresa das surpresas! – lá estava a menininha no berço. Na porta do quarto, com o pescoço quebrado, o corpo de um lobo morto.

                Conclusão: O julgamento apressado, fruto das aparências, pode levar-nos a matar o melhor amigo e sacrificar as melhores amizades.

 

Manuscrito que guardo comigo desde 1992. Autor Desconhecido.

 

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