C. de Eliseu - O Pior Pecado de Um Profeta.
Comentário 10.
O PIOR PECADO DE UM PROFETA.
"Certo dia, a mulher de um dos discípulos dos profetas foi falar a Eliseu: Teu servo, meu marido, morreu, e tu sabes que ele temia o SENHOR. Mas agora veio um credor que está querendo levar meus dois filhos como escravos".
(2 Reis 4. 1).
Nesses dias em que O Coração de Eliseu
está em minha mente, tenho pensado em muitas coisas. Dissecando cada
oportunidade, desejando extrair algum ensinamento da vida desse grande
profeta. Assim, descobri que o pior pecado que um profeta pode cometer, Eliseu
não o cometeu: — O pecado da indiferença!
A cada dia que passa o mundo no qual vivemos fica mais impessoal, mais formal e
mais indiferente. Isso sempre aconteceu, mas agora os sintomas são
agudos e os sinais outrora intermitentes, contínuos. O maior pecado de um
profeta e de uma nação profética é a indiferença. Quando a injustiça, o
pecado, a maldade, a dor alheia e a ignorância não mais nos incomodam (Mt 4.
16/Ne 1 ao 2.1/Ed 9. 3), a indiferença se instalou de vez em nossa religião (religião é o lado externo da
comunhão), como um fungo ou parasita (a indiferença é o pior inimigo do
Cristianismo, porque Deus jamais nos foi indiferente – Ex 3. 1-10/ Jo 3. 16).
Minhas memórias de "tesoureiro" não me deixam esquecer, quem em
algumas vezes, lutei sozinho pelo que era certo, só por que as partes
envolvidas eram eu e o pastor. Todos me abandonaram por causa da necessidade de
manter seu status de conforto. Sei por
sofrer, como é diabólica a indiferença!
Eliseu foi profeta o suficiente para se posicionar contra o
pecado e a maldade de sua geração (Ez 13. 17, 19). Ele se colocou contra a
fome, a corrupção, a mentira, a ganância, a solidão e o isolamento social. Como
homem sarado andou entre os doentes apontando a causa de suas enfermidades, sem
para isso ser grosseiro ou indelicado. Através da vida de Eliseu (e os profetas
são símbolos da vida abundante de Deus. Assunto do último comentário dessa
série), as pessoas enxergavam o amor de Deus e seu interesse por suas frágeis
vidas (Gl 2. 10/Rm 15. 26). O ofício do verdadeiro profeta envolve
responsabilidade espiritual e social (nesse quesito é impossível não lembrar de
Neemias, que sensibilizou Deus com seu
coração compassivo). Esse assunto lembra-me que João Batista apontava com
segurança a causa do pecado de seu povo (Mt 3. 1-7), mas que apontava também,
com o mesmo dedo para o "Cordeiro de Deus" (Jo 1. 35, 37). Se
desejarmos reproduzir hoje os dias de Eliseu e de João Batista, não poderemos
ficar indiferentes aos pecados e necessidades daqueles que nos cercam em nossa
esfera social.
Ω
Ney Gomes – 3º Trimestre de 2005.
Ney Gomes – 3º Trimestre de 2005.
"Se
trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus
vivo." 1 Timóteo 4.10
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