Mosaico Davi - Saul e Davi. E a Sorte na Moeda.
“Assim como fizeram comigo desde o dia em que os tirei do Egito,
até hoje, abandonando-me e prestando culto a outros deuses, também estão
fazendo com você”. (I Samuel 8. 8 – NVI).
Quando o povo
rejeitou Samuel sabia bem que estava se entregando a própria sorte. Foi como ver Deus
jogar para alto uma moeda, e esperar para saber se sua sorte estava
na “cara ou na coroa”. Mas, ao menos um israelita teria abreviado esse
resultado em sua vida. Seu nome era Davi!
Davi logo
descobriu que lhe foi um grande azar ter encontrado Saul e ter sido amado por
ele (I Sm 16. 21). Que lhe foi azar ter sido mais querido pelas mulheres de
Israel. Teve o azar de ver pelas ruas as crianças “brincando” de Davi e Golias,
com pedrinhas e pedaços de galhos como espadas. Teve o azar de ver seu nome
preenchendo as músicas e as letras dos poetas (I Sm 18. 7). Descobriu como era
azarado por ser gentil, amável e de meiga aparência (I Sm 16. 12).
Davi descobriu
que não tinha mesmo sorte, quando teve de fugir da presença de Saul, quando
teve de se esconder de sua fúria (I Sm 20. 32). Quando teve de se refugiar numa
caverna e ver sua família correr riscos por sua causa (I Sm 22. 1). Viu que não
tinha mesmo sorte ao ver que o que agora representava de nada valia diante da sandice de Saul. Sentiu a força do azar na solidão,
no abandono, na fome, no medo e no descaso das pessoas (I Sm 21. 10- 14).
Meu 1o. LIVRO Compre AQUI, direto da editora! |
Mas, um só
momento de sorte compensou todo o azar que teve desde o início: Ter descoberto
que ele era Davi e que Saul era Saul. Às
vezes demora, mas o “cara” só sabe que é “cara”, quando vê que do outro
lado da moeda está o “coroa”. Saul e Davi
representam os dois lados de uma mesma moeda. Nós só descobrimos o que
somos quando nos deparamos de frente com aquilo que não gostaríamos de ser.
Isso aconteceu com Davi; um vaso de ouro
descobrindo que não era de barro (II Tm 2. 20).
Saul era a
inimizade de Deus para os inimigos de Israel. Era só isso que ele representava.
Ele era “um lado
da moeda” (Ex 23. 22). Por isso seu amor a Davi é mesquinho, fraco e
doentio. Saul tenta fazer uma coisa que não lhe era próprio. Seu caminho era de
ódio, desprezo e mágoa. No entanto, os anos se passaram e o povo descobriu que
Davi era sua sorte, sem jamais ter percebido que
Saul lhes foi um grande azar. Descobriram que estavam com sorte por ter “um rei segundo o coração de Deus”. Que amava a Sua
casa, que amava o Seu povo e que amava as Suas coisas (Sl 16. 3). Estavam com
sorte por ter um rei “salmista”. Amante da música, dos louvores a Deus, dos
sons que vinham do templo. Um rei que amava os
profetas, os sacerdotes, os levitas. Que assumiu o nobre papel de
“pastorear” o seu povo. Levando-os a pastos verdejantes e águas tranquilas.
Sempre pronto a responder qualquer que quisesse fazer mal a uma ovelha de seu
rebanho.
Que bom foi para
Israel que Davi tivesse tido tanto azar com Saul. Que bom foi para Israel que
Davi se conhecesse logo assim, tão jovem. Que bom que Davi quase tenha se
perdido da mente o do coração do povo de Israel. Pois só assim é que ele pôde
se encontrar, se conhecer e assumir o seu lado da
moeda.
Que você possa um dia ter o azar de encontrar o
seu Saul. Caso contrário, que Deus
me conceda a sorte de jamais encontrar você!
Ney Gomes – 23/09/12
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos
colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
Comentários
Postar um comentário