Memórias de um Pardal. (fragmento)



MEMÓRIAS DE UM PARDAL.

        


Portanto, não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais!”
(Mt 10. 31 – NVI)

Eu trabalhava na igreja e morava perto dela. Na hora do almoço ia para casa, Elaine já estava lá ou chegava pouco depois, vinda do trabalho. Eu almoçava, descansava um pouco e voltava para as minhas tarefas administrativas. O ano era 2002 e as coisas em Barra de São João aconteciam mais devagar.
Um dia almocei e me deitei na cama; meu coração sentia que logo algo iria acontecer. Ali deitado, fiquei meditando nas coisas de Deus, como faço até hoje. Da minha janela sobre a cama, uma visão perfeita do céu azul, riscada apenas pela “antena de televisão” dos vizinhos. Velha, torta e com vários elementos surrados pelo vento.
Naquele dia, alguns “pardais” pulavam de um lado para outro, entre os elementos já amassados. Pareciam indecisos sobre que direção seguir e o que fazer. Nesse exato momento Deus falou ao meu coração: – “Vê esses pardais Ney? Não importa para onde decidam ir, Eu sempre cuidarei deles não importa onde forem! Se eu cuido deles, por quê não cuidaria de você?”
Fiquei grandemente confortado com essa revelação. E nos anos que se seguiram; em meio a tudo, Deus cumpriu sua promessa. Desse dia em diante passei a me ver como um pardal e a vida, como uma antena velha e surrada. Deus sempre cuidou de mim, de Elaine e dos meus filhos, direta ou indiretamente.
Nunca nos faltou nada! Nem a comida, nem o agasalho e nem a paz. Naquele início de tarde os “pardais” voaram para outros lugares e tempos depois, eu também. E desde então, Deus sempre cuidou de nós; os pequenos e sem valor; pardais dessa terra!

Ney Gomes.
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10

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