Poesia - Liberdade de Impressão [Jo 8. 32].
LIBERDADE DE
IMPRESSÃO.
Sentado à mesa de um bar, na esquina de sua
rua, Jurandir dizia do por que não aceita a ideia de morrer:
– Quando era criança, um caminhão
desgovernado invadiu meu quintal e quase me matou enquanto brincava com meus
bonecos e carrinhos. Certa vez na escola onde fiz meu primário, o teto do
refeitório desabou logo depois que acabou o tempo do recreio. Um dia eu fui
atropelado em minha bicicleta e jogado longe. Mas, apesar de nada me acontecer
além dos arranhões, o carro passou por cima da minha ‘magrela’, esmagando-a. Um
tempo depois, andando na rua, a pipa de algumas crianças deu curto na fiação
elétrica da rua. Eu consegui fugir, mas a eletricidade só voltou no meu bairro
dois dias depois dos bombeiros apagarem todo o incêndio.
– Mas isso é uma bênção de livramento de
Deus! Disse Rosinaldo [espantado e fazendo o sinal da cruz], seu amigo de copo.
– Bênção que nada rapaz! Veja, se Deus quase
me mata em meu próprio bairro, o que Ele não faria se eu tivesse no bairro
dele?
Ney
Gomes. 03/05/14
"Teólogos escrevem sobre Deus. Mas quanto aos poetas, só Deus sabe!"
"Teólogos escrevem sobre Deus. Mas quanto aos poetas, só Deus sabe!"
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