Poesia - Padroeira da Paranóia Contextual.



PADROEIRA DA PARANÓIA CONTEXTUAL.

Santa Gramática, do latim mais puro e luzente, ajudai-nos!
Santinha nossa! Ajudai-nos hoje!
Vós que foste fuzilada por nosso tópico frasal
Dos teclados de nossa doença nominal, ajudai-nos!
Santinha nossa! Ajudai-nos hoje!

Livrai-nos da doença mental da segunda pessoa interior do singular
Que acredita que num oceano de mensagens subjetivas lineares
Geradas diariamente aos milhões de metros cúbicos pelas redes sociais
Ser o objeto direto do ‘pretérito-mais-que-perfeito’ do transitivo verbal
De tudo o que postamos e ainda não vimos!

Ajudai-nos hoje! Santa Gramática
Santinha nossa! Rogai por nós! Santinha nossa! Livrai-nos hoje!
De tudo o que ela ainda não viu, mas disse de si mesma.
Na loucura que ela enxerga no complemento do intransitivo direto
Rogai por nós! Santinha nossa! Do latim mais puro e luzente!


Ney Gomes – 13/11/16. Twitter@neygms
“Teólogos escrevem sobre Deus. Mas quanto aos poetas, só Deus sabe!”

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