A Exuberante Fábula do Ratinho Xan-xan.



A EXUBERANTE FÁBULA,
DA INCRÍVEL VIAGEM
DO RATINHO XAN-XAN.
(1/3)

Era uma vez, num lugar muito distante, um ratinho chamado “Xan-xan”.

Xan-xan não fazia ideia de quanto era feliz ali. Seu coração era povoado pelo sonho intenso de ir morar nas terras laboratoriais. Mas ele nunca conheceu ninguém que de lá tivesse voltado. Xan-xan era feliz nas Terras Teóricas, ele só acreditava que nas laboratoriais ele seria ainda mais e melhor. Um dia, quando ainda ele era um filhote, seus pais pensaram em leva-lo diante do Grande Pavão sagrado, dono de cem olhos que tudo podiam ver. Mas o custo da viagem era elevado demais e muito longa.

Um dia, Xan-xan, ainda tomado dessa obsessão, pensava sobre isso debaixo de uma grande árvore. O vento sobrava com gentileza, anunciando a chegada de grandes descobertas. Foi então, que Xan-xan olhando para o último galho da árvore viu ele: o pardal, chamado ‘o menor’.

Dono de uma alegria radiante, ‘Pardal, o menor’, viu que sua expressão não encontrava par no pequeno ratinho.
— Meu amigo, por que seu semblante está triste?
— Eu queria muito ir para as Terras Laboratoriais, mas não sei como?
Pardal, o menor, achou estranho tal desejo, as Terras Teóricas eram lindas, de rios caudalosos, planícies férteis e alimento abundante. Por que um jovem ratinho dono de tudo isso, desejaria coisa que ainda não conhece.
— Posso te ajudar, se é esse mesmo o teu desejo? Disse o pardal.
Como o sol que aparece num dia depois de meses de chuva e neve, Xan-xan sorriu.
— Mas vou logo te avisando! Conheço um caminho, mas sem volta! Disse o pardal!
— Como assim sem volta? Perguntou Xan-xan.
        Apenas UM ser, em todo o reino das Terras Teóricas sabem o caminho para chegar lá. Era a Velha Coruja, cujo nome ninguém sabia pronunciar. Todos diziam que apenas ela, e mais ninguém, sabia o caminho sem volta para as Terras Laboratoriais. Mas o pardal, apenas a conhecia de ouvir falar.
— Esteja no tronco morto, perto do Monte Cara dos Ossos, na chegada da lua cheia, do último dia do ano. Ela estará lá com certeza!
— E o que farei quando chegar lá? Disse Xan-xan.
— Apenas esteja lá! Dizem que a Velha Coruja, cujo nome ninguém sabe pronunciar, sempre sabe o que todos querem.

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[PARÊNTESIS PARA APRESENTAR O GRANDE PAVÃO.]

        O Grande Pavão era o maior profeta que aqueles dias conheciam. Quem esteve diante dele, dizia que ele tinha “cem olhos” e que podia ver todas as coisas da vida de alguém, no passado e no presente. Mas quando alguém lhe perguntava sobre o futuro, ele apenas tinha uma visão. Um dia, esteve diante dele dona Cobra Serpentina, a bicha mais triste da floresta, com certeza! Ele quis saber algo de seu futuro. E o Grande Pavão, abriu sua esplendorosa penugem e mostrou seus “cem olhos”. Mas, ainda assim, diante de tudo o que os cem olhos podiam ver, o grande profeta disse apenas uma coisa. Dona Cobra Serpentina não se deu por satisfeita e perguntou:
— Mas com tantos olhos assim, você não consegue enxergar pra mim, mais de um futuro?
No que então, o Grande Pavão disse:
— Você pode ter tido muitos passados, pode ter inúmeras opções no agora, mas futuro, cada pessoa só tem um! E isso, é tudo o que os meus ‘cem olhos’ podem ver!
Dona Cobra Serpentina não saiu dali muito satisfeita com o que ouviu. Mas ela nunca ficava satisfeita com nada mesmo!

Continua...


Ney Gomes. - Twitter@neygms – 20/11/2017.

“Teólogos escrevem sobre Deus. Mas quanto aos poetas, só Deus sabe”.

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