Filemom. - "O Conteúdo". 3/3.

FILEMOM. O CONTEÚDO!

“Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo (...) Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões (...) Eu bem o quisera conservar comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho...” (Filemom. Trechos 9- 13 – ACF).

Quando a gente envelhece alguns pensamentos tornam-se quase imutáveis. Coisas que sabemos ser o certo e de tanto fazer, nos definem. Paulo, Apóstolo e agora, velho, não se permitiria após tantos anos, ver tomada a sua autoridade espiritual em nome de um desejo de conforto. O Evangelho é uma cultura de soluções e maturidade é quando você passa a não mais se permitir ser partes de problemas. Ainda que isso seja o mais confortável e fácil de se fazer.

A velhice e suas inúmeras dificuldades diziam para Paulo que era confortável manter junto a si um experiente escravo caseiro. Mas, isso também condenaria a autoridade de Paulo ao status de nada. A autoridade vem da vida que se vive no Evangelho, na mesma proporção que a unção vem de DEUS. Paulo isso ensinou em todas as suas cartas, por toda a sua vida, que a igreja é uma peça moral (I Tm 3. 15). E ele não se reprovaria nisso agora, depois de tantos e tantos anos! Onésimo precisaria voltar (Ap 6.9).

Como muitos dilemas da vida cristã só se permitem ser solucionados pela ‘autoridade da vida’, Paulo, mesmo em nome de seu conforto, não poderia aceitar ser parte daquela celeuma (Ap 12. 11). “Filemom” é um legado poderoso para nosso entendimento, de como Paulo enxerga o valor do testemunho pessoal. O que é certo precisa ser feito ainda que não seja o mais confortável. E o Apóstolo estava em condições pessoais de fazer isso ser um poderoso ensino. A mensagem objetiva dessa carta é o amor vicário de Cristo, e como a igreja vivia esse amor. Mas, das mensagens subjetivas, a mais poderosa é essa: que apregoa o valor das atitudes corretas, diante de tudo (At 10. 22).

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Ryken, em seu MANUAL BÍBLICO sobre Filemom diz: “O relacionamento de uma pessoa com Cristo influencia todos os outros relacionamentos”. (pág. 628 – Ed. Central Gospel). E é esse relacionamento com Cristo, que Paulo diz com suas atitudes, estar acima do que nos é confortável. Precisamos para o bem da verdade, admitir que conforto é um câncer que destrói a igreja de modo acelerado na América, de todas as maneiras em que se possa imaginar (Fl 4. 11- 13). E se é preciso, todas as vezes em que ele ameaça a cristandade, abandoná-lo. Das coisas implícitas nessa carta, que pedem a nossa observância, essa é sem dúvida, a mais necessária para os nossos dias.

Em 1863 o ideal do Evangelho libertou escravos nos EUA, em 1888, o realizou mais uma vez no Brasil, e estou bem certo, que ele nos impedirá nesses dias de sermos mais uma vez agrilhoados pelas correntes do mais confortável a ser feito!

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Ney Gomes. 03/09/2018 – Twitter@neygms
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10