Antropologia - Jesus é Gente Importante.



JESUS É GENTE IMPORTANTE.

“E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. (...) E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? ” 
(Mc 10.51/Jo 5. 6 – ACF).

Dá para descobrir num tempo de conversa, num diálogo, os sonhos, desejos e anseios de uma outra pessoa. Conversando apenas! Mas Jesus é gente importante, Ele não tem tempo para conversar, para perder. Sua missão – enquanto homem – é temporal (3 anos) e limitada (geografia de Israel). Por isso, para todos que O encontram, Ele pergunta: “O que queres que eu te faça?”.

"E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem, 
um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino". (Mt 20:21 )

A pergunta, cheia de antropologia é: o que mudou desde então? Jesus não é mais gente importante? Ora, claro que é! Mas hoje, o “humanismo” colocou outras pessoas em lugar tão importante quanto O de Jesus. Por um pouco mais de 30 anos de ministério, – a teologia nos esclarece -  Paulo viu Jesus por 4 vezes. Ele ficaria ‘escandalizado’ em saber que hoje Jesus fala muito mais com quem ‘ainda’ não fez um terço do que ele como Apóstolo fez até o dia do seu ‘martírio’ em Roma, tendo o cepo como sua última visão na terra.

“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres,
 e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me”. (Mt 19:21)

São tantas pessoas íntimas de Jesus. Comem com Ele, com Ele tomam banhos. Escolhem roupas no shopping sob Sua atenta supervisão. Recebem dEle opinião fundamental para comprar, vender e casar. Gente que nem gasta mais sua humanidade por causa de seu relacionamento tão ímpar e espetacular com Jesus. Pedro, Paulo e outros Apóstolos teriam ‘inveja’ de tão importantes relacionamentos com ‘o Mestre’.

“E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo”. (Mc 1. 41, 42)

O Universo deve estar no piloto automático. E Jesus não deve estar fazendo agora o que fez nos últimos 19 séculos de história. Tanta intimidade apregoada me faz lembrar do livro de Ester, que acontece por meio de banquetes. São tantas festas e eventos! Jesus não falta a nenhuma delas, afinal, somos todos amigos íntimos dele! Lázaro, perto do que nos tornamos é apenas um ‘conhecido’. Se Jesus chorou com sua morte, com a nossa, Ele entraria em completo desespero.

“E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer”. (At 9:6)

Criamos – nesses dias atuais – uma teologia não de acessibilidade, mas uma onde Jesus não tem mais direito privativo, poder de veto. E o ‘epítome’ dessa antropologia tosca é o uso excessivo da palavra “você”. Usada indevidamente e sem limites para exemplificar tudo o que somos e no que transformamos JESUS. A igreja desses dias ‘divinizou’ o homem e humanizou – além do normal – o Cristo ressurreto. Desse modo, as esperanças de um modelo que nos conduza, desaparecem. Afinal, Cristo é gente como a gente. E como a gente, esse cristo pergunta: o que vamos fazer hoje?


Ney Gomes – 01/10/2018. Twitter@neygms

"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10

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