TIAGO E A INVENÇÃO DO LOCKDOWN.
TIAGO E A INVENÇÃO DO LOCKDOWN.
Texto Devocional em Tiago 3.
“Mas, como está escrito: As
coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do
homem, São as que Deus preparou para os que o amam”. (I Co 2. 9)
Certas verdades são mais poderosas
como ideias do que como práticas. Mas para certas ideias a realidade é o maior
impedimento. Essas coisas podem ser aplicadas ao socialismo, ao amor livre e ao
“lockdown”.
A realidade da natureza humana
impede essas e outras coisas de igual essência de decolarem com sucesso do
campo das ideias. Tiago é o primeiro autor sagrado
a propor um lockdown na era cristã:
o lockdown da língua. “Porque todos
tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito,
e poderoso para também refrear todo o corpo”.
É tentador achar que conseguiremos criar um
mundo onde todos partilham de seus valorosos esforços até mesmo com aqueles que
não gostam de trabalhar (II Ts 3. 10). Que todos podem beber do amor de quem
amamos e conquistamos sob o sacrifício de inúmeras investidas (Hb 13. 4). Um mundo que não pode ser desfeito ou
destruído por palavras. Tiago não cultiva essa infantilidade, mas acredita
que perseguir uma ideia pode ser mais saudável que se entregar a uma realidade:
“Mas nenhum homem
pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha
mortal”.
É impossível impedir pássaros saudáveis de voar,
peixes de nadar e bocas de falar. Mas, se a ideia de encontrar Shangri-la, Atlântida, Eldorado,
La Ciudad Blanca, Helike ou Urkesh faz de alguém uma pessoa melhor, isso deve
ser mais venerado que a realidade que não produz esperança. Nesse sentido LOCKDOWN
não existe, mas vale a pena de se perseguir se produz como ideia alguma certa
saúde.
Tiago não produz
nenhuma ideia fantástica para incentivar um silêncio virtuoso. O incentivo existe e é bem
presente: Jesus, o Verbo que se fez carne.
Tiago sabe que a natureza humana não se altera com lendas, ideologias e histórias
românticas, mas reconhece que elas têm certo valor. O que está diante de nós é
bem melhor, é real e é verdadeiro. E é nisso que ele confia ao nos propor
perseguir essa utopia do lockdown
da língua. Não
criando realidade por crenças em fábulas incríveis, mas em criar sonhos por
realidades profetizadas (I Co 2. 9). Em tal coisa Paulo também
demonstra ter esperança, em razão de escrever ao Coríntios: “Se, como homem, combati em
Éfeso contra as bestas, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam?
Comamos e bebamos, que amanhã morreremos. Não vos enganeis: as más conversações
corrompem os bons costumes”. (I Co 15. 32, 33)
Então, viva os lockdows
da vida!
Ney Gomes – 07/12/2020. Twitter@neygms
"Se trabalhamos e
lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo
4.10
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