Série Filipenses 2021 - 03 Inimigos do Cristianismo.
Imagem extraída da internet. |
03 INIMIGOS DO CRISTIANISMO.
“... Se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”. (Fil 3. 4- 6 – ACF).
Apóstolo é quem organiza igrejas, doutrinas, ideologias e desafios. Sem apóstolos verdadeiros a igreja pode ser santa, mas perde o objetivo que deve atingir e fica sem saber com o que não deve lutar. Basta ver a igreja no ocidente e mais precisamente no Brasil para se chegar à conclusão que ainda não temos apóstolos verdadeiros, mas, para o bem da verdade algo já começa a ser riscado pelo Espírito Santo.
No capítulo 03 de Filipenses, Paulo começa listando os desafios da igreja, o retrato de seus adversários. E começa pelo mais evidente, gente. Gente que é adversária por nada saber (cães), por achar que sabem alguma coisa (maus obreiros) e por achar que sabem tudo (circuncidados). Mas, de outros males nos é oportuno falar agora, nesse presente tempo, nesses dias que dão início a segunda década desse tumultuado milênio.
Paulo vai seguir revelando uma outra faceta desse problema, que são os adversários travestidos de nacionalismo, regionalismo e racismo. Todos exagerados e sem razão alguma para representar na igreja algum tipo de vantagem. Como Paulo bem ensinou somos agora cidadãos dos céus, membros da família de Deus e revestidos de uma nova vida. O solo é importante por que nos fornece identidade, mas ao mesmo tempo é motivo de nossos mais ferozes conflitos, sejam econômicos, políticos ou sociais. É bom saber de onde somos, mas muito melhor é saber para onde vamos (Jo 14. 1- 3). O nacionalismo exagerado é uma doença que habita nas ideologias de direita, nunca na igreja.
Paulo, que outrora era Saulo, uma variação de Saul, sabia bem sobre o valor do regionalismo. Da tribo de Benjamim, primeiro rei de Israel, todos eles tinham forte orgulho regional. Regionalismo é o mais agressivo parasita do nacionalismo, é ele que faz tudo piorar. No Rio, onde cresci e vivo, costumamos dizer que isso aqui não é lugar para amadores. O Rio é uma região que valoriza a malandragem e seus malandros. O carioca que ama as praias, o carnaval, as devoções religiosas bem ritualísticas, mas vazias de Deus. Ama os feriados prolongados e as formas de fazer do trabalho algo que não parece tão trabalhoso. É um problema sério para a igreja quando o carioca vem para Jesus, mas não deixa o que Rio é sair dele. Por conta disso, de diversas naturezas, problemas na igreja do Rio tem produzido enormes escândalos nacionais, que vão desde assassinatos a roubos diversos. Como diz o ditado: cada pé sabe onde lhe aperta o regionalismo!
Jesus enfrentou o regionalismo e seus males naquela mulher grega-sírio-fenícia (Mc 7. 26). O orgulho é o necrochorume do regionalismo. Nesse líquido podre, produzido desse regionalismo nasce o que a igreja enfrenta de mais nojento e nocivo entre os homens, o racismo. O racismo admite que alguém é especial apenas por nascer de quem nasceu (hebreu de hebreus disse Paulo). E que o nascimento por si só significa ser mais e ter mais mérito do que outros que nasceram em lugares diferentes e que por isso são diferentes. Esse racismo, chorume que se transforma no petróleo de satanás, é o mais poderoso combustível usado por aqueles que alcançam rapidamente a igreja, e que lhe causam sérios danos. A igreja tem o dever de enfrentar o racismo e de proteger todas as raças, etnias e culturas que desejem reconhecer Jesus (At 8. 29- 40). A igreja é do céu, e não se importa com o que as pessoas são em cada lugar, se elas entenderem que o que a igreja é não significa o que elas eram antes, para o bem ou para o mal (II Co 5. 16).
Temos assistido no Brasil
esses três inimigos operando contra a igreja, escondidos
em ideologias de direita, esquerda e em todo lugar. Na
direita encontramos nacionalismo exacerbado, na esquerda o regionalismo de
classes e em todo lugar o racismo estrutural, cultural e espiritual.
Devemos lembrar em todo tempo que essas três coisas JAMAIS serão adjetivos para a igreja, em tempo algum. Não existe igreja nacional, igreja regional e igreja racial, o que existe é a IGREJA DE CRISTO. Chegará o dia, e perto está em que tudo isso deixará de ser um problema ou algo desejável, como bem nos lembrou o Apóstolo João: “E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”. (Ap 11. 15)
Precisamos nunca esquecer que o contrário de tudo isso, dessas três coisas, é o AMOR. Amor é quando queremos fazer o bem pelo outro apenas por que ele é gente. Gente como a gente, nada mais ou nada menos!
Ney Gomes – 24/06/2021. Twitter@neygms
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos
colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
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