Série Filipenses 2021 - Maturidades.

 


MATURIDADES.


“Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta.
Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de
Epafrodito  o que dá vossa parte me foi enviado... ”  (Fil 4. 17, 18 - ACF)

Por mais que seja uma carta bem pessoal de Paulo, Filipenses não deixa de revelar em momento algum sua doutrina. Em dois momentos de grande intimidade nessa carta é possível aprender sobre a natureza da igreja, em como ser igreja.

Filipenses é a descrição do “agir de Cristo”: No capítulo 01, Cristo age na diversidade. No 02, Cristo age pelas identidades. No 03, Cristo combate as falsas identidades, e no 04, Cristo age na UNIDADE. Unidade é o movimento que o sentimento da igreja faz para alcançar a todos com a graça de Deus, sob o governo da pessoa do Espírito Santo!

Em Filipenses 04 a natureza de três verdades fica bem exposta: a natureza da igreja, das virtudes e da ortopraxia. Sobre a igreja Paulo diz que ela é edificada em relacionamentos que se renovam. O amor é um verniz, algo que pode ser reconhecido como nossa política de atitudes, é identidade de superfície. Na identidade o amor é a imagem, mas nos relacionamentos o amor é um poder (conteúdo). Poder que nos possibilita subjugar nossas mais medonhas ambições (v. 10).


Maturidade em diferentes lugares produz resultados diferentes. Na liderança ela é posicional e na comunidade ela é progressiva. Todos nós nessa altura da vida já compreendemos que há coisas que só se podem fazer pessoalmente e outras, em comunidade. Maturidade posicional é modéstia, isso é, um líder (de quilate apostólico) acredita que é sua obrigação não exigir ajuda financeira alguma pelo que é ensinado. Maturidade progressiva é generosidade, isso é, a igreja acredita ser sua obrigação ajudar financeiramente quem lhe ensina e instruí. Generosidade é a expressão máxima de maturidade de uma comunidade e modéstia (pessoa que é autorizada por Deus para estar satisfeita com aquilo que tem) é a expressão máxima de maturidade de uma liderança.

A igreja produz inúmeros tipos de riquezas e a maturidade (generosidade e modéstia) garante que não seremos escravizados por elas. É normal essas riquezas nos atingirem durante a caminhada, Paulo admite que todos vão se encontrar com algumas delas (v. 17), mas, procura-las não deve JAMAIS ser a nossa motivação para caminhar. Uma igreja pode facilmente ser escravizada por um desejo por coisas de acentuada espiritualidade da mesma forma que um pregador pode ser escravizado por desejos de ofertas mais volumosas para sua agenda. No Brasil atual a gente ouve falar desses males que acontecem onde a maturidade não é desejada o tempo todo!

Maturidade consiste em trazer o melhor de nós para a superfície do ser. Ora, se o amor é a aparência, o que são as entranhas? As entranhas da igreja são verdade, misericórdia e compaixão. Essas três virtudes são como a engrenagem de um sofisticado relógio suíço. Se é suíço é perfeito, se é perfeito é reconhecido em amor. A igreja é o corpo de Cristo e é sua obrigação DAR RECIBO dessa vida que ela tem e ela cumpre sua obrigação dando identidade e virtude ao lugar onde ela está plantada (Mt 28. 19). Maturidade é processo que produz poder para aprisionarmos nossos egoísmos diversos, deixando assim, a vida de Cristo livre para revelar identidade e produzir significados.

A igreja sempre está acontecendo em alguém, em algum lugar e maturidade é quando todos entendem facilmente que isso era o melhor que poderia acontecer!



Ney Gomes – 12/05/2021. Twitter@neygms
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10




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