Poesia - Um Amor de Sorte.
Carlos Boa Morte (esse
era seu nome de batismo), nasceu dono de excelente sorte. Quando menino, na escola José Pancetti, sempre era escolhido pela tia para os melhores
passeios. Vivia achando moedas na rua, mas nem sempre ele as pegava.
Certa ocasião, achou um cachorro de
madame perdido, mas não quis receber a recompensa. Estava certa vez em Realengo dentro do ônibus que bateu num
caminhão. Saiu sem sequer um arranhão e não fez questão alguma da indenização
que todos receberam.
Sua avó certa feita lhe deu uma
cartela de bingo, que tinha como prêmio uma TV LCD de 55”. Ele ganhou, mas
devolveu para a igreja como doação. Carlos, em vista grossa, parecia sempre
fazer pouco caso da sorte que Deus lhe deu (mas
isso seria o pior dos azares).
Um dia, Carlos se viu apaixonado por Ritinha,
que estava além de tudo o que ele possuía ou era. Seus amigos diziam que só
mesmo a sorte grande poderia lhe dar um amor assim. Ora, um mês depois eles se
casaram, com aqueles casamentos que se veem somente em fim de novelas. E todo mundo dizia que ele completava ela e
vice-versa que nem feijão com arroz.
Carlos usou toda sorte que tinha em seu
amor por Ritinha. Como ele mesmo sempre gostava de dizer: nunca se deve
gastar boa sorte com pouco destino!
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