Crônica Poética - Histórias Erradas.
imagem extraída da internet. |
Crônica Poética – Histórias Erradas.
Nunca mais João foi o mesmo, desde o dia em que sua mulher fugiu com o pastor de sua igreja, lhe deixando com duas crianças pequenas para criar. Demorou um tempo, mas ele se recompôs, saiu de Realengo e foi morar com seus filhos no morro do Galo Seco.
João não quis mais saber de igreja, mas sempre orava antes de dormir. Quando as coisas ficaram difíceis demais, por conta dos governos, ele se decidiu por abrir um boteco na saída do beco em que morava. Nos fins de semana fazia churrasquinho com farofa e vinagrete e tocava pagode antigo no CD. Às vezes, no fim do dia ele chorava no banheiro, mas era preciso seguir em frente.
Ele resolveu abrir o boteco mais vezes na semana e
numa cartolina branca escreveu de uns produtos em promoção:
Adalberto, professor (certamente um professor morar numa favela é a coisa mais errada de toda essa crônica) que morava num beco mais acima, viu o cartaz com erros e acusou: cerveja e cachaça tá errado, é com “C”!
João olhou para ele e disse: bebida é pra gente errada mesmo! Ora! Naamã não fui o único que levou no coração um pouco do lugar por onde passou! *
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