Estudo - Uma Fé Preparada (Marcos 6).
UMA FÉ PREPARADA.
Em meio aos desafios e incertezas da vida cristã,
é fundamental desenvolver uma fé preparada, capaz de resistir às tempestades e
crescer mesmo diante das dificuldades (I Pe 3. 15). Essa reflexão é inspirada
no texto de Marcos
6. 45- 52, que nos convida a entender a importância de uma fé que
não se abala facilmente, mas que se fortalece através da obediência, do
discipulado e do relacionamento constante com Deus.
O chamado para
uma fé preparada
Vivemos em tempos onde o cansaço, as lutas e os
problemas parecem querer nos paralisar. É natural se sentir abatido, cansado e
até mesmo desanimado em alguns momentos. Porém, a Palavra de Deus nos revela
que Ele não nos abandona quando estamos parados ou sem progresso. Na passagem
de Marcos 6, Jesus caminha sobre as águas para encontrar seus discípulos que
estavam no barco, lutando contra o vento contrário e não saindo do lugar.
O Senhor não foi até eles porque estavam cansados
— afinal, o cansaço é uma consequência natural da
vida humana e do pecado original —, mas porque eles não estavam
avançando. Deus se incomoda com a estagnação. Ele deseja que prosperemos, que
avancemos, que sejamos transformados e que nossa fé seja uma fé preparada para
enfrentar os desafios da vida.
É importante lembrar que Deus gosta de ver
prosperidade em seus servos. O Salmo 35. 27
nos assegura que Deus se alegra e se regozija na prosperidade desses. Portanto,
não desanime diante do cansaço; trabalhe, avance e permita que Deus te
fortaleça para continuar crescendo (Ne 8. 10).
Milagres não
preparam a fé, dificuldades sim
Um coisa para se entender é a distinção entre
milagres e dificuldades na formação da fé. Muitas vezes, buscamos milagres como
prova da aceitação de Deus, mas não são os milagres que nos preparam para a
vida espiritual. Ao contrário, são as dificuldades, as tempestades e os
desafios que moldam, fortalecem e amadurecem nossa fé. O Escritor C.S. Lewis disse certa vez: “Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos
extraordinários”.
O exemplo dos discípulos enfrentando a tempestade
no mar da Galileia ilustra essa verdade. Mesmo tendo presenciado milagres
incríveis, eles ainda não estavam preparados para enfrentar a tempestade
porque seus corações estavam endurecidos. É na luta, na pressão e na obediência
diante das adversidades que a fé se torna verdadeira e eficaz.
O problema do
cansaço e suas consequências.
Algumas profissões exigem um qualificado tempo de
descanso, por que o cansaço gera danos, falhas, perigos e má reação. Uma
verdadeira incubadora de erros. Hoje é sabido que o diabo não quer gente
trabalhando para ele, mas para si mesmos, em muitas horas e gananciosamente (I
Tm 6. 10). Isso por si só, já faz uma comunidade para de crescer e amadurecer
(Ap 3. 17). Pessoas de musculatura emocional atrofiada não podem se dedicar a
relacionamentos sem algum tipo de dano próprio e para outrem.
O coração
endurecido e a fé que funciona
O texto de Marcos
6 destaca que os discípulos não compreenderam o milagre dos pães
porque seus corações estavam endurecidos. Esse endurecimento impede que a fé
funcione plenamente. Para que a fé seja eficaz, é necessário um coração
ensinável, que se curva e obedece à voz do Senhor, mesmo diante das
tempestades.
“O vento se aquietou”, mas o coração deles não!
Pois tem coisas na vida Cristã que não dependem de um milagre, dois, três ou
quatro. Dependem de um coração ensinável, conduzível,
tratável e “terapêuticado” (desculpem o neologismo exagerado).
Assim como o trigo precisa ser amassado para se
tornar pão, nossa fé precisa ser preparada e moldada pelas experiências
difíceis. É nesse processo de amassar que nos tornamos capazes de andar sobre
as águas, confiando plenamente no poder de Deus.
Discipulado: o
caminho para a paz e a maturidade espiritual
Outro ponto fundamental é a importância do
discipulado na construção de uma fé preparada. O texto
explica que experimentar paz não é o mesmo que estar pacificado. A
paz verdadeira, duradoura e que sustenta em meio às dificuldades, só é
alcançada através do discipulado, do acompanhamento espiritual e do
relacionamento com um líder fiel.
O discipulado gera pacificadores (Mat 5.
9) e pacificados, formando uma cadeia de transmissão da paz que pode
alcançar várias gerações. A Bíblia nos instrui em 2
Timóteo 2. 2 a confiar a homens fiéis o que aprendemos para que
possam ensinar a outros. Essa é a base para o crescimento espiritual sólido e
para uma fé preparada que não se abala facilmente (At 12. 6).
Muitas pessoas confundem o sentimento momentâneo
de paz durante o culto com a verdadeira pacificação interior. A verdadeira paz
é fruto de um processo contínuo de discipulado e obediência, que nos permite
enfrentar as tempestades da vida com confiança e serenidade, sabendo
que Deus está no controle.
Conclusão: Uma fé que se prepara para vencer
Desenvolver uma fé preparada é um processo que
envolve obediência, discipulado, oração e a disposição de enfrentar as
dificuldades com coragem e confiança em Deus. Não são os milagres que nos
tornam fortes, mas as tempestades que nos moldam e nos ensinam a depender do
Senhor.
O mar calmo não faz
bom marinheiro. É na luta, na tempestade e no aprendizado contínuo
que nos tornamos quem Deus quer que sejamos. Que possamos abrir nossos corações
para o discipulado, buscar a verdadeira paz que vem de Jesus e declarar que
somos chamados para prosperar, avançar e testemunhar o poder do nosso Deus em
nossas vidas.
Que a bênção do Senhor esteja sobre você, sua
casa e sua família, enchendo seu coração de esperança, força e fé preparada
para todas as circunstâncias.
Ney Gomes – 09/06/2025.
- Twitter@neygms
"Se
trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus
vivo." 1 Timóteo 4.10
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