Reflexões - O Paradoxo do Cordeiro.

 


O PARADOXO DO CORDEIRO.

O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por inocente; o Senhor tem o seu caminho na tormenta (perturbação atmosférica violenta) e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés”. (Naum 1:3 – ACF)

Um “DEUS de paz” (Iavé Shalom) que tem seu caminho nas tempestades. DEUS costuma andar em lugares improváveis, para não ser visto por olhos que amam facilidades. Costuma dar missões que parecem ser sem importância para testar a obediência e o esforço das pessoas. Para ver o quanto elas são capazes de se guiar por aquilo que diante dos olhos não tem valor. Deus foge de gente preguiçosa, por isso, seu prazer em andar por lugares complicados ao entendimento. É desgastante ao intelecto humano que um Deus de Luz anda na escuridão, que um Deus de fartura se revista de escassez, que um Deus de relacionamentos se aproveite da solidão.

A lógica não suporta que um DEUS ONISCIENTE fale às multidões por contos simples que envolvem plantas, peixes e animais (Sl 78. 2/Mt 13. 34). Tais paradoxos existem para proteger a fé, proteger o sagrado do comum, o extraordinário do profano. Para que gente que não se esforça em nada se perca e perca junto aquilo que é importante. A tempestade/tormenta serve para separar os meninos dos homens, os meninos perdem Deus nas tempestades, mas os homens olham para Deus e as tempestades vão embora. O PARADOXO de Deus serve para manter afastado do que é sagrado quem não sabe procurar e não está procurando nada. Para impedir que a salvação seja uma sorte!

“E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto”. Mas o poder desse “paradoxo” é descrito perfeitamente em Apocalipse 5. 5, 6. Ali, na visão, diante da indignidade adâmica, do livro, dos anjos e de suas próprias lágrimas, João é informado da “presença” do Leão da tribo de Judá, mesmo sendo espiritual, a carga das revelações é pesada demais para João, que ao olhar para o Trono à procura do Leão de Judá vê apenas o paradoxo: O Cordeiro, frágil, que como morto, governa todas as coisas e tem todo o poder e autoridade, nos céus, na terra, sobre coisas visíveis e invisíveis, tronos, potestades e dominações.

O paradoxo do Cordeiro afugenta a incredulidade, mantém o sagrado longe da curiosidade e o precioso longe dos preguiçosos (At 9. 22). Deus procura os corajosos dessa terra para lhes revelar o Seu poder, ao mesmo tempo que protege esse poder por meio de paradoxos: “Outrora, em visão, falaste assim aos teus fiéis: Dei meu apoio a um herói, do meio do povo exaltei um escolhido. Encontrei Davi, meu servo, ungi-o com meu óleo santo” (Sl 89. 19, 20 - BKJ). Se mostra como um que está procurando, como se já não soubesse onde está. O paradoxo do Cordeiro protege a eternidade do efêmero de todos nós!


Ney Gomes – 10/10/2025. Twitter@neygms

"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10


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