IGREJA DE JOÃO E MARIA, FEIJÃO COM ARROZ!



IGREJA DE JOÃO E MARIA, FEIJÃO COM ARROZ!

 

"Quando Jesus, contudo, viu sua mãe e junto a ela o discípulo a quem Ele amava, disse à sua mãe: "Mulher, eis aí teu filho!". Em seguida, disse Jesus ao seu discípulo: "Eis aí a tua mãe!". E daquele momento em diante, o discípulo amado a recebeu como parte de sua família. Mais tarde, sabendo Jesus que tudo já estava concluído, para que a Escritura se cumprisse, disse: "Tenho sede!". 

(Evang. De João 19. 26- 28 – B. King James).

 

O chão ao pé da Cruz não suportava mais o sangue que gotejava sem parar. Uma poça evidenciava mesmo que era chegada a hora do fim. Da coroa de espinhos e das bofetadas, restou apenas às dores. Fortes dores de cabeça, que impediam pensamentos mais complexos. Jesus, todavia, não pensava em mais nada, pois quase tudo já estava realizado. 

Então, com o pouco de força física que lhe resta, Ele toma a última providência acerca do fim de todas as coisas. Que é de nos ensinar o real e verdadeiro significado de igreja. E eu posso assegurar que em nenhum outro lugar, o ensino é tão profundo como o é aqui. 

Jesus está nessa altura dos acontecimentos sentindo violentas dores. Elas são físicas, mas, também são espirituais e familiares (Sl 22. 12- 19/Mt 27. 46). Ele está sozinho. Ninguém pode tomar seu lugar, pois ele é o único ‘cordeiro’ em condições de preencher os requisitos da Divindade (MT 26. 42). Carregando o pecado da humanidade sobre as costas, o homem mais forte de toda a raça humana sente a fragilidade provocada pela sensação de estar ‘sem Deus no mundo’ (Ef 2. 12). Jesus olha para baixo, o sangue e o suor se misturam e fazem sua vista arder ainda mais. Ele com dificuldades abre os olhos e vê sua mãe e João, o discípulo amado.    

 


Maria era experiente, doce, simples. João era forte, jovem, sofisticado. João tinha um avanço agressivo, ela, um estar harmonioso. Ele, dono de uma coragem destemida, ela, dona de uma submissão sem igual. Ele tinha que aprender a ser Maria e ela tinha que aprender a ser João. Jesus naquele instante olhou para Maria e João e viu todo o poder da IGREJA em desequilíbrio. Nos anos seguintes à igreja seria severamente atacada. Dentro da igreja, João deveria aprender a ser doce como Maria, e fora, ela precisaria ser forte como João. Frustramos todo o projeto de Deus quando afirmamos que devemos olhar somente para Jesus. Não preciso lembrar qual Apóstolo trouxe para si a responsabilidade de ser ele o exemplo dos fiéis. É evidente que não devemos olhar para mais ninguém com ‘olhar de salvação’ (Hb 12. 2ª). Mas, todos têm virtudes e comportamentos que podem ser imitados e assimilados (Tt 2. 7). A igreja primitiva entendeu isso, que descrevo nessa passagem. E Lucas dá testemunho disso quando afirma que da “multidão dos que criam um só era o coração e a alma” (At 4. 32). A comunhão verdadeira em Cristo Jesus faz isso: Do coração de João a alma de Maria e da alma de Maria o coração de João. 

Dessa forma nos parecemos com todos e o todo se parece com Jesus. Por que o todo é o Seu corpo, a expressão exata do Seu ser. E Ele consegue perfeitamente enxergar igualdade na diferença. Alias, é preciso dizer que igualdade só existe na diferença (Jo 13. 34, 35). Quando queremos nos tornar como todos, estamos preparados para ser como Ele, um com Ele, um com o Pai. Pois foi ele mesmo que desejou se assemelhar a nós, sendo um pouco de tudo aquilo que somos.  Com alguns irmãos aprendi a dançar, com outros aprendi a cantar, com outros aprendi a orar (II Cor 3. 2, 3). Mas, com todos aprendi a amar Jesus ainda mais. Hoje temos vergonha da comunhão, preferimos as dançinhas e as coreografias que não dizem nada. Os abraços e troca de cálices que somente feitos na Santa Ceia, nada representam. Tudo não passa de uma encenação para ‘inglês ver’. Comunhão é levar tudo o que a pessoa representa para casa, é não comer nada ou dividir tudo.  Hoje existe uma solidão cercada de LIVROS e DVD’s que conosco não podem sorrir, chorar ou passear. ‘Zilhões’ [sic] de canais ‘evangelicanizadores’ [sic] para os que querem Jesus sem precisar entrar em contato com alguém. Já existe até os que afirmem que igreja seria um lugar muito bom se nela não tivesse pessoas.

E quem irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração? Se todo mundo vê que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com arroz. Sabe de uma coisa, não existe nenhum mistério espiritual para se ser IGREJA de Cristo Jesus, só boa vontade!

 

 

Ney Gomes – Memórias – Na busca.

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