Divagações - Beleza Ressurgente (Legado do Éden).

Obra dos artistas Timothy “Tim Nobre (nascido em 1966) e Susan “Sue” Webester (1967).




BELEZA RESSURGENTE.
(O legado do Éden)

Desde garoto amo Manoel Bandeira. Se por acaso, passasse eu na porta de uma birosca e um bêbado desdentado estivesse recitando “Vou-me embora para Pasárgada”, é certo que eu pararia para ouvi-lo. Reconheço que toda e qualquer beleza edifica, mesmo estando em lugares e pessoas, ditas, erradas! Não gosto de bares, de álcool e de lugares sujos, mas, gosto de Manoel Bandeira em poesia. Quinta última passava por Campos, quando avistei na rodoviária moça linda; cheia de tatuagens exuberantes. Suas roupas davam destaque aos desenhos, nos lugares onde faltava tecido.

Gosto de moças e de tatuagens (desenhos). Mas confesso, creio eu, são belezas que não se completam ou sequer se harmonizam. A beleza, de tão importante que é, admite ser vista em lugares errados!
A beleza também suporta acontecer por sentimentos tortuosos. Às vezes, isso nos faz crer que existe certo conforto em matar ou morrer por amor. Acrescentando a vida real traços da dramaturgia shakespeariana.

A beleza suporta até ser uma verdade na vida de quem é feio. Foi assim com Vinícius de Moraes que nos informou que a beleza é fundamental. A beleza de suas letras lhe conferiu lugar aonde “feios como ele” jamais chegariam. Mas, os feios só alcançam beleza pelas letras, pelas artes e pela cultura; a verdadeira plástica divina. Algumas pessoas parecem nascer feias, até que então ganham beleza naquilo que fazem de suas vidas. Um processo que acontece também ao contrário!
Alguns são dotados de certa pareidolia de Deus. Vendo beleza no que é sujo, feio e deformador! Enxergando rosas, elefantes e pássaros onde só existem rebotalhos. Então como disse antes, toda beleza edifica, mesmo estando em lugares e pessoas erradas.

Deleitar-me-ia com a declamação de Bandeira, ainda que vinda de um bêbado sujo e fedendo a cachaça. Continuaria achando os tribais lindos, na cintura ou braços de alguém. Mas, amo muito mais a beleza quando se encontra nos lugares certos. E essa é a marca de uma nova criação em Cristo!


Ney Gomes.  13/10/13
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10





No dia 13 de outubro de 1968, às 12 horas e 50 minutos, morre o poeta Manuel Bandeira, no Hospital Samaritano, em Botafogo, sendo sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.



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