MARCOS E OS ENIGMAS DE SEU EVANGELHO (1\2).

 

Jesus curando o cego de Betsaida.
Imagem extraída da internet.

O CEGO QUE NÃO ENXERGA.

MARCOS E OS ENIGMAS DE SEU EVANGELHO (1\2). 

“E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam”. (Mc 8. 24 – ACF).

 

A história vai nos contar que os romanos não eram um povo dedicado a filosofia. Mas até para os que amam o poder, a luta, os combates, as batalhas, certo saber é necessário! Marcos escreve para um público que ama o poder e despreza o saber, mas um bom soldado, ou mesmo gladiador deve saber quando está diante de um enigma de vida e morte! Marcos vai diminuir os discursos de Jesus em seu Evangelho, mas não vai poupar a mente de seus leitores. Em algumas vezes ele vai inserir enigmas que vão forçar o entendimento. 

No Capítulo 8 de seu Evangelho, Marcos vai tratar da sutileza que existe entre “ver” e “enxergar”. Ver, diz ele, é a capacidade natural dos olhos, que alguns, por nascença ou doenças diversas, tem a sua capacidade danificada, reduzida. Ver nos leva a capacidade dos olhos de produzir resultados. Enxergar é a capacidade do coração de traduzir o que se vê com os olhos. Enxergar é o produto final de uma série de informações que me possibilitam traduzir o mundo (Mt 5. 8). Marcos entende que há pessoas que veem, e há pessoas que enxergam. Mas não necessariamente acontecendo com em um combo.

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Para Marcos há pessoas que parecem não ver e não enxergar, e para ele, parece ser o caso desse cego em especial e também, em parte, de seus amigos. Logo que seus amigos lhe levam a Jesus, Esse, o afasta deles. Como se algo neles não fosse bom de ser a primeira coisa a ser vista por quem nunca viu nada. É claro, sabemos que haviam outras razões para também se evitar a publicidade. 


Depois de salivar seus olhos, Jesus lhe pergunta o que ele vê. Sua resposta é uma aula sobre mundo, sobre cosmovisão! “Disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam”. Logo que ele recupera a visão, se percebe que “nem ver e nem enxergar” estão funcionando direito. Ele diz que vê os homens como “árvores” que andam. Uma imagem que poderia matar a fome do mundo, se fosse verdade, e se fossem muitas (Ez 36. 30). Uma floresta divina sempre esteve nos sonhos de Deus (Sl 92. 13\Is 60. 21\Rm 6. 5), um despertamento, um avivamento nacional. Deus em Sua divina sabedoria sempre trabalha com figuras múltiplas, plurais, coletivas. Mas aquele homem apenas vê uma árvore! Talvez, essa triste limitação estivesse “plantada” em seu coração pela cultura da cidade. Talvez, pela cultura de seus amigos. Mas o certo, é que Jesus não permitiria que ali ela permanece, não importando de onde veio A CULTURA.

Para a tristeza da igreja, de tempos em tempos, líderes que apenas veem árvores são exaltados. Os homens veem de grãos em grãos. Que um oceano se enche de gota em gota. Que tempestades são ventos que se encontram! Deus vê as mesmas coisas, mas ao contrário! Homens que apenas veem árvores são homens que constroem comunidades egoístas, humanistas e megalomaníacas. Tais homens veem vida na comunidade, mas não lideram uma comunidade que dá vida. As florestas são responsáveis por enormes e poderosos ecossistemas. A “floresta amazônica, brasileira, cria até mesmo um poderoso rio aéreo que irriga com vida outras regiões. Ora, sabemos que árvores apenas, não tem o poder de uma floresta! Aqui, reside a poderosa máxima popular: nunca seremos sozinhos o que podemos ser juntos. 

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Pode ser que Marcos estivesse tentando dizer aos romanos que se eles não encontrassem o seu lugar NO mundo, no lugar de se verem como DONOS dele, seu futuro como povo seria incerto! A igreja não deveria liberar homens para liderar e viver a cristandade como uma visão tão pobre de comunidade! Mas nem todos os homens são como Jesus, nem todos os homens de fato, tem Jesus! O índio está na floresta e a floresta está no índio. Mas não é assim com todos os homens, seja na floresta ou na igreja!

Devemos lembrar que a própria conversão de Paulo, o Apóstolo passa por essas duas verdades. No judaísmo, ele podia ver e enxergar, mas também o fazia de maneira errada. Logo descobriu que as “poucas árvores” que acreditava, poderia derrubar, eram na verdade uma poderosa floresta recém-criada. E ao se deparar com a mais importante Árvore de toda ela, foi convencido. Como floresta a igreja dá vida ao mundo, mas como poucas árvores, elas apenas fazem um boa sombra. 

Os homens foram feitos para fazer parte de alguma coisa! “Árvores que andam” não dão testemunho disso! E QUEM não enxerga isso, não vê perfeitamente com seu coração! Jesus lhe curou a visão e cuidou para não deixar o coração dele míope. Lhe advertiu que fosse para casa, sem mais entrar na cidade ou ir em busca de seus amigos! A floresta que Ele gostaria de lhe mostrar não estava plantada ainda, mas o “Bosque do Senhor” sempre estava lá (Sl 128. 3). Por ora, aquela visão seria o bastante, por ora! 

 

Ney Gomes – 01/09/2020. Twitter@neygms

"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10

 

 


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