Estudos - Fruto do Espírito (06).
FRUTO DO ESPÍRITO – DIMENSÃO INTERIOR.
TEMPERANÇA.
(O Amor Equilibrando).
“Quem não sabe se controlar e tão sem defesa como uma cidade sem muralhas. Pv 25. 28 NTLH
INTRODUÇÃO.
No
Novo Testamento, a palavra “temperança” é o termo grego “enkrateia”, que,
literalmente significa o “governo interior”, ou seja, o “domínio próprio”. A
temperança é apresentada, na filosofia moral, como uma das virtudes cardeais,
ou seja, como uma das “disposições firmes e habituais de fazer o bem”. O
domínio próprio é uma dádiva que depende de nossa submissão a Deus. O texto
sagrado é claro ao dizer que é melhor o que
governa o seu espírito do que o que toma uma cidade (Pv 16. 32).
O QUE SIGNIFICA SER TEMPERANTE?
A palavra grega aqui é
egkrateia egkrateia e seu
significado imediato é auto controle (virtude de alguém que domina seus desejos
e paixões, especialmente seus apetites sensuais). Esta palavra por sua vez vem
de egkrathv egkrates 1) forte, robusto 2) que tem poder sobre, 3) que domina,
controla, modera, restringe 3a) que se controla, temperado, continente. Esta,
por sua vez é formada por duas outras expressões: en “en” =
em, por, com etc., e kratoz “kratos” = 1) força, vigor 2) poder: forte com
grande poder 2a) uma ação poderosa, um obra de poder 3) domínio. Já
identificamos que o segredo de sermos temperantes, de estabelecermos domínio
sobre nós próprios é o de conhecermos a vontade de Deus em nossas vidas, ou
seja, o conhecimento de Deus. Como já vimos no texto de II Pe 1. 5-7, a
temperança é acrescida ao homem após
ter ele alcançado a fé (que é a fé salvadora, ou seja, a virtude
teologal da fé, conforme vimos na lição sobre a fidelidade), a virtude e o
conhecimento. Somente depois que
cremos em Cristo e nos dispomos a fazer o bem e nos aproximamos do Senhor por
meio da meditação na Sua Palavra e de uma vida de oração é que passaremos a
controlar os nossos instintos e alcançar a temperança.
A temperança é o resultado de uma vida de contínuo conhecimento do Senhor e dos Seus propósitos. Quando passamos a entender o significado dos nossos instintos, porque eles existem e como devem ser utilizados no sentido de propiciarem a glória do nome do Senhor, teremos, indubitavelmente, alcançado o domínio próprio, o domínio de nós mesmos. Quando fazemos o que Cristo nos manda, somos Seus amigos (Jo 15. 14) e, como amigos, passamos a saber tudo quanto o Pai revelou ao Senhor Jesus (Jo 15. 15) e, em conhecendo a vontade do Pai, temos condição de estabelecer o domínio próprio em nossas vidas, pois passamos a controlar os nossos instintos de forma a fazer com que o nome do Pai seja glorificado pelos homens (Mt 5. 16). Por isso, quando temos dificuldade em controlarmos os nossos instintos, torna-se preciso que nos aproximemos mais do Senhor, que meditemos na Sua Palavra e mantenhamos uma vida de oração, a fim de que apreendamos qual é a Sua vontade. Conhecendo a Deus, certamente adquiriremos a temperança.
“Vale mais ter paciência do que ser valente; e melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras”. Pv 16. 32 NTLH
UMA VIDA EQUILIBRADA.
Equilíbrio vem do latim “aequilibrium”, palavra composta de
“aequus”, que significa “igual” e “libra”, que quer dizer “balança”. Equilíbrio
é, assim, etimologicamente, “nível igual de balanças”, ou seja, uma situação em
que cada fator tem peso igual, tem o devido peso. Quando estamos em equilíbrio,
cada um dos nossos instintos se manifesta dentro do propósito definido por
Deus, ocupando exatamente o espaço reservado no plano divino. O desequilíbrio é toda e qualquer situação em
que não se dá o devido peso a um instinto, em que se tem ou excesso ou falta de
peso. A ideia de equilíbrio, portanto, é o de cada coisa no seu devido peso, ou
seja, de se dar a importância correta a cada elemento, a cada componente em
nossas vidas. A Bíblia Sagrada diz-nos
que Deus nos deu o espírito de moderação (II Tm 1. 7), bem como que os
candidatos a ministro sejam moderados (I Tm 3. 3; Tt 1. 8), a nos indicar,
claramente, que o salvo tem de ter entre suas características indispensáveis,
a moderação. A moderação é uma das
qualidades que indicam maturidade espiritual do indivíduo. A temperança controla os instintos naturais da vida,
dando a eles o seu lugar e manifestação adequados.
Instintos como o da “aquisição, domínio, autoproteção, reprodução, comunhão e
alimentação”.
Resumindo! Que quer dizer tudo isto? Crucificar os desejos da sua natureza humana, a sua “carne”. Isto é, considerar os desejos como parte do passado e como mortos (Rm 6. 5-14). Se entregar ao Espírito de Deus para sermos controlados por ele.
CONCLUSÃO.
A temperança
como já dito antes, permite que alcancemos o equilíbrio de nossos instintos
e isto nada mais é que santidade. Não há como termos uma vida santa se esta não
for permeada da temperança, do domínio próprio. Se não nos dominarmos a nós mesmos, o que só é possível mediante a ação
do Espírito Santo em nossas vidas, seremos dominados pelo pecado. O pecado então habitará em nós o que é exatamente o contrário da santidade. A vida
santa exige a temperança e a temperança impõe a moderação, o equilíbrio, a
castidade. A temperança impõe uma contínua atitude de equilíbrio e de
moderação, daí porque ser conhecida também como “continência”, que é
“comportamento muito contido; moderação nos gestos, palavras e atos;
autodomínio, comedimento.”
A
temperança, portanto, envolve três
atitudes importantíssimas para a manutenção de uma vida santa, ou seja,
de uma vida separada do pecado, a saber:
·
A previsão, a prevenção dos atos futuros;
·
O comedimento e autocontrole no presente e
·
Autoexame e vigilância constantes.
A
temperança encontra-se, também, na relação das bem-aventuranças que abre o sermão do monte. "Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos" (Mt 5. 6/ Lc
6. 21a). Ser moderado é saber aguardar o
momento oportuno e correto para suprir as suas necessidades. Quando Jesus
entra em nosso coração, ele passa então a ser SENHOR de tudo. Logo, temperança
nada mais é, do que aceitar e obedecer a seu senhorio. Nada pode nos trazer
mais equilíbrio que isso!
Por Ney Gomes - 17/02/2013.
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
A Paz de Cristo Jesus! Preciso me converter todos os dias, para ser mais temperada por DEUS!!! Obrigada pela Palavra!!!
ResponderExcluirObrigado!
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