Série Filipenses (2002) - Disputa de Poderes.

De: Ney Gomes

Enviada em: quinta-feira, 5 de dezembro de 2002 09:54

Para: cei -icarai@yahoo.grupos.com.br

Assunto: Para o fim de semana (33)

DISPUTA DE PODERES.

(I Rs 3:16, 28 – Fl 2:1, 11)

 

"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus... não julgou como usurpação o ser igual a Deus... antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou (...) pelo que também Deus o exaltou sobremaneira...".

(Fil 2: 6, 9 – grifo meu -ARC ) 

   Parecia não ter solução a questão das mulheres, os magistrados locais não se achavam capazes de resolver tal problema, até que alguém lembrou do rei Salomão. Quando propôs dividir a criança em duas partes e assim solucionar a questão, o rei Salomão tinha em mente, não o assassinato de um inocente, mas, a verdadeira manifestação dos sentimentos que envolvem um verdadeiro amor. 

Veja e aprenda...  

   Quando sugeriu dividir a criança, o rei Salomão, sabia que a mãe verdadeira abriria mão, a fim de vê-la bem, ainda que distante de seus braços. A sabedoria da qual Salomão fez uso para resolver a questão da criança viva, sem dúvida veio de Cristo, como um vislumbre de um projeto glorioso, chamado comunidade Cristã. Uma antecipação de como as pessoas que amam (ou dizem amar na igreja), deveriam se comportar. A sabedoria é Cristã, pois seu resultado, possui uma essência puramente evangélica. Essa situação de abrir mão, continua revelando as verdadeiras intenções do coração. Pois ainda hoje, pessoas especiais (pois quem ama, é especial!) continuam abrindo mão de seus próprios interesses, para que a Noiva de Cristo (isto é, a igreja) chegue ao altar sem mácula. 

   É isso que nos faz lembrar o Apóstolo Paulo quando fala sobre o esvaziamento de Cristo. Ele quer que seus filhos na fé entendam que não é necessário poderes sobrenaturais para se fazer algo especial para Deus, como por exemplo, guardar a unidade da igreja (Ef 4:3,6). Basta quando preciso, abrir mão do próprio eu (ego). Que grande ensino de Cristo para nós! Isso demonstra que para Deus, a maior arma é estar desarmado (até do próprio eu). Às vezes é necessário perder para ganhar (2: 9). 

Um dos maiores poderes que nos confere o Espírito Santo, é a natureza de Cristo. Em outras palavras, o de também se esvaziar por completo. O fruto do Espírito nada mais é, do que ferramentas para nós talharmos nosso próprio caráter. A fim de que cada um, alcance a obediência perfeita, tal como Cristo alcançou (2: 8). Eu percebo que sobre esse assunto ainda há muitos tabus a serem quebrados, e acredito que Paulo pensava a mesma coisa (Gal 2:20). Há inferlismente (de inferno+infelicidade) pessoas que só querem imitar a Cristo quando se trata de "ter todo o poder no céu e na terra" (Mat.28:18). Não podemos negar que adquirimos a cultura de que sempre é necessário poderes "sobrenaturais" (ou carismáticos) para se fazer algo grandioso para o Reino de Deus...  Eu não diria sobrenaturais...  mas especiais! Pois só pessoas especiais conseguem amar ao ponto de abrir mão de seus próprios interesses. 

    Está aí uma boa proposta! Se as pessoas querem disputar algo, deveriam o fazer com o propósito de saber qual abrirá mão primeiro! Certamente Cristo gostará disso! Não se permita a ser esse tipo de pessoa que se não pode ter, também não deixa ser de ninguém!

 

Ney Gomes - 05/12/2002. - Twitter@neygms

"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10

#projetoFilipenses20anos

 

(Segundo o dicionarista.)
...Vislumbre
1. Luz frouxa, indecisa. 2. Reflexo. 3. Aparência vaga. 4. Idéia indistinta. 5. Conjetura. 6. Parecença leve. 7. Vestígio.
...Envolver 
1. Cercar, rodear, circundar. 2. Comprometer, enredar. 3. Entremeter-se, incluir-se, comprometer-se: Envolver-se em negociatas.
...Tabu 

 1. A própria pessoa ou coisa sagrada. 2. Qualquer coisa que se proíbe supersticiosamente, por ignorância ou hipocrisia. 4. Escrúpulo sem justificativa.