Jonas. What If...?

 


Jonas. What If...?

“... He went down to Joppa, where he found a ship bound for that port. After paying the fare, he went aboard and sailed for Tarshish to flee from the LORD”. (Jonas 1. 3).

 

Se permita imaginar por alguns momentos que Jonas tivesse sido bem-sucedido em sua fuga. Que sua desobediência tivesse alcançado sucesso, o que resultaria disso? Quem ele seria se tivesse chegado em Társis? 

Em Társis, Jonas teria sido alguém que conheceu a Deus, mas que não tinha mais uma mensagem, uma missão e um propósito, mas essa é na verdade uma última conclusão. Logo de início, Deus não seria conversas de pescadores e marujos. É muito positivo sempre quando histórias sobre Deus povoam o imaginário popular. Tais histórias por vezes, se tornam na razão de certos povos terem certas virtudes, como aquela história do folclore brasileiro sobre chinelos virados de cabeça pra baixo (a virtude de manter as coisas organizadas). Marinheiros e pescadores estão em muitos lugares e em todos eles contam suas histórias e ‘causos’. Meu sogro era pescador aqui nos mares da região dos lagos, e quando na sua atividade, certa vez sofreu um naufrágio. Na época ele alegou ter sido salvo por uma sereia. Você tem ideia de quantas vezes meu sogro contou essa experiência e em quantos lugares? Nesse mundo imaginário em que a fuga de Jonas deu certo, tinha menos gente para se espalhar histórias sobre Deus (1. 16).

 


Depois que Jonas chegou a salvo em Társis, ele tratou de procurar uma casa. Encontrou depois de um tempo algo pequeno, mas funcional, perto de uma feira de verduras e animais. Numa manhã qualquer percebeu um alvoroço nas barracas e chegou perto para saber o que acontecia. Eram notícias devastadoras de Nínive. A cidade tinha sido totalmente destruída pela ira dos deuses como diziam com espanto as pessoas dali. Chegava notícias desencontradas toda hora, mas em todos elas se dizia de uma tempestade de areia que provocava uma febre alta que matava em três dias homens, mulheres, crianças e animais por sufocamento. Uma senhora já bem idosa, que vendia limões disse: talvez eles não tivessem um destino tão amargo se os deuses lhe tivessem enviado um profeta! E Jonas ouviu essas palavras. 

Os dias se passaram e o espanto abandonou os corações. Na feira a rotina voltara a conquistar seu lugar e tudo se fizera passado. Jonas não sentia mais nada, e depois de um tempo, ele encontrou um lugar onde passava boa parte de seus dias, uma árvore enorme, cujo galhos se entendiam largamente. Ele nunca mais ouviu a voz de Deus, mas parecia estar satisfeito em seu coração com aquela punição. Em certas tardes insistia em contar histórias dos tempos em que fora profeta, mas ninguém, nunca, jamais, vira ou sentira algo por causa de suas palavras (3. 4- 7). Quando ficou mais velho, sua depressão ganhou força e autoridade. Jonas costumava sair da cidade e deitar à sombra de qualquer coisa, de uma pedra, de um arbusto ou até mesmo entrar num buraco, se encontrasse um (4. 5). Um dia, um certo samaritano vindo de um lugar e indo para outro encontrou seu corpo já sem vida atrás de um arbusto. Ainda assim, ele o colocou sobre seu animal e o enterrou na cidade mais próxima dali, Társis (Lc 10. 33, 34). 

É claro que isso é apenas uma imaginação. Jonas não teve sucesso em sua desobediência. Os marujos saíram do barco cheios de histórias de Deus. O povo de Nínive se arrependeu de suas maldades e a depressão de Jonas foi curada quando Deus derramou sobre ele os seus próprios sentimentos íntimos (4. 9- 11). 

Mas saiba, se na vida de Jonas isso é uma imaginação, em muitas pessoas ontem e hoje, é a triste realidade. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”. 

 

Ney Gomes – 24/02/2022. Twitter@neygms
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
 

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