Devocional - Agite Bem Antes de Usar!
De Federico Parolo, desenhista argentino. |
AGITE BEM ANTES DE USAR.
“Visto que o mar estava cada vez
mais agitado, eles lhe perguntaram: O que devemos fazer com você, para que o
mar se acalme? Respondeu ele: Peguem-me e joguem-me ao mar, e ele se acalmará.
Pois eu sei que é por minha causa que esta violenta tempestade caiu sobre
vocês”. (Jonas 1. 11, 12 – NVI).
Jonas
não existe no Plano de salvação. Pelo menos não antes dos versículos
supracitados. Não há uma harmonia entre o desejo de Deus e o coração do
profeta. Tudo o que acontece é rápido
demais para a espiritualidade de Jonas, filho de Amitai, de Gate-Héfer (II Rs 14. 25). Ele então tenta
fugir e só essa atitude, de princípio,
parece acompanhar a dimensão das coisas relatadas em sua aventura. O livro de
Jonas não se inicia com aquela situação geográfica e política de costume. Ele
começa de forma abrupta, nos revelando o peso dos pecados de Nínive e a necessidade
de eles saberem que a isso, Deus não estava
indiferente. A cidade era Grande,
a viagem seria grande (± 800 km ),
a mensagem, de grande urgência,
mas, o adjetivo “grande” não
cabia bem a Jonas. Todavia, ele arquitetou uma grande fuga, investindo é claro, uma considerável soma de dinheiro nisso.
Quando era criança minha curiosidade me levava para a
tristeza de meus pais a abrir alguns brinquedos (carrinhos) de natureza eletrônica.
Não fazia isso por maldade ou por desejo de destruição, simplesmente queria
saber por que as luzes piscavam e tudo parava ao acabar das pilhas. Quando eu
abria e desmontava as peças, ao fechar sempre esquecia algo do lado de fora e
isso gerava um mau funcionamento ou falência total do brinquedo. E tal
lembrança é o que de melhor me faz entender o LIVRO DE JONAS. Quando o livro foi confeccionado, penso eu que
Jonas ficou do lado de fora. E como o homem está sempre no centro dos planos de
Deus, é evidente que tudo teria que ser reaberto para que Jonas fosse
colocado em seu lugar. Para corrigir isso, o
Fabricante teve que se manifestar, pois só Ele iria garantir que ao apertar dos
parafusos, tudo estaria devidamente em seu lugar, pronto para funcionar.
Mas, o Fabricante constatou que não era caso de abrir tudo
novamente. Bastava dar uma boa “chacoalhada”
e as coisas voltariam para seu lugar. O que Deus então resolveu
fazer daí em diante baseia-se nas medidas do que precisaria acontecer em Nínive. Deus mandou
um GRANDE vento e uma GRANDE tempestade. Por causa disso, os marinheiros
ficaram tomados de GRANDE temor e resolveram se livrar de toda a carga, ainda
que isso lhes trouxesse GRANDES prejuízos. Enquanto a tempestade violenta infligia
à embarcação GRANDES avarias, Jonas dormia um GRANDE sono e pretendia
permanecer assim, por toda aquela GRANDE viagem (± 3. 200 km ).
E Deus continuou a sacudir a embarcação GRANDEMENTE, e tomados
por um GRANDE incomodo, os marinheiros resolverem acordar Jonas de seu sono abissal. Ao acordar e ver tudo o que
estava acontecendo ao seu redor, não teve dúvida nenhuma em se acusar: Isso
acontece por causa de meu GRANDE pecado contra o SENHOR!
E
ao reconhecer seus erros Jonas se harmoniza
com toda a GRANDEZA de seu livro.
A fúria do mar só seria acalmada por um GRANDE sacrifício. Mas, como
abrir mão de uma pessoa, por quem Deus se interessa GRANDEMENTE?
Os marinheiros tentaram fazer de tudo para não se curvar a
solução dada por Jonas. Tomados de GRANDE compaixão, tentaram resolver tudo sem
ter que perder ninguém. Tentaram salvar a vida de um homem que fugia do GRANDE
DEUS que fez os céus, o mar e a terra. Infelizmente, GRANDE foi o fracasso de
suas tentativas, nada do que fizeram gerou bons resultados. Então pegaram
Jonas, e tomados de GRANDE tristeza o lançaram ao mar em fúria e no mesmo
instante se fez GRANDE bonança. A sacudida
deu os resultados esperados. Jonas aprendeu que era capaz de ter atitudes de
GRANDEZA, e por causa disso, de seu GRANDE altruísmo, Deus enviou um GRANDE
peixe, para que finalmente Jonas, desfrutasse do que Ele desejava oferecer aos
Ninivitas: Uma GRANDE salvação. Paulo relata experiência semelhante ao declarar
que somos consolados com GRANDE consolação, para há todos consolar GRANDEMENTE
(II Cor 1. 3 ao 7).
Agora que a engenhoca
(a
invenção do submarino) estava funcionando
perfeitamente, era só disparar contra Nínive. O GRANDE peixe disparou o torpedo (profético) na beira da praia e agora, em
perfeitas condições de uso, ele fez em um dia o trajeto que normalmente faria em três. Os radares de
Nínive não acompanhavam o desenvolvimento do torpedo chamado Jonas. Todos
foram atingidos diretamente em seus corações, sem espaço para uma reação de
defesa. E tomados de GRANDE surpresa,
reconheceram que DEUS sabia realmente sobre todos os seus GRANDES pecados. Não
cabia a eles nenhuma outra atitude, senão a de se arrependerem totalmente. Diante disso, DEUS sentiu GRANDE alegria, pois
o ETERNO não sempre prazer na morte dos ímpios.
Veja quantas coisas
acontecem de bom, apenas com uma sacudida.
É claro, que há casos em que é necessário sacudir mais de uma vez. Jonas sai de
cena, meio que aborrecido com a GRANDE misericórdia
que o SENHOR demonstra ao Nínivitas. Fica-nos evidente que no fim de tudo, Jonas
não havia compreendido todo o desejo de Deus ainda.
Mas, Deus só agita bem antes de usar, e isso é uma
outra História.
Ney Gomes – 30/04/2009.
“A voz da consciência
jamais foi silenciada sem prejuízo”. (Anna
Jameson).
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