Estudo - JESUS, um Salvador Completo.
Romanos 16. 25, 26
UM ANTIGO NOVO
PROBLEMA DA IGREJA.
Não é de hoje que pastores (dentro e fora da igreja) enfrentam gente que é espiritual demais, e que por isso, acreditam poder dizer o que deve ou não ser pregado pela igreja. Gente tão espiritual, que tem dificuldades de crer mesmo que Jesus foi 100% homem (uma versão mais moderna do docetismo). É bom lembrar que esse foi um problema da igreja até o terceiro século, em que se debateu muito sobre a deidade de Cristo.
Mas parece que em pleno século 21, certas pessoas ainda não se convenceram disso. Não se deram conta que de fato Jesus como Salvador é 100% homem e 100% DEUS. E por causa dessa exagerada espiritualidade, algumas pessoas tentam controlar a mensagem do pastor. Esse tipo encontra representação em Judas. Entenda! Por detrás de uma excessiva espiritualidade sempre há uma carnalidade feroz: “Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava”. (Jo 12. 6)
Se o pastor fala sobre dinheiro, não pode! O dinheiro não é espiritual! Não pode falar sobre lazer, não pode ir na praia, porque a praia não é espiritual, nem falar de cultura de televisão, porque televisão não é espiritual. Ora, a igreja sempre teve que suportar tais pessoas, muito mais agora nesse tempo, em que a internet deu poder para milhares de vozes, indistintamente.
Com esse texto espero lançar uma luz forte sobre esse
entendimento e produzir paz por muito tempo na comunhão da igreja.
ILUSTRANDO
AS PESSOAS DO MUNDO.
Vamos para Lucas 23:
Jesus é preso pelos líderes religiosos e entregue então a Pilatos, bem cedo. Ele já tinha sido julgado durante a madrugada, um julgamento injusto e surreal. Então, por volta de seis horas da manhã, porque era um assunto muito urgente, Jesus foi entregue a Pilatos. Naquela manhã havia audiência para o caso de mais 3 pessoas, um chamado Barrabás, homem violento e sanguinário, integrante de uma seita ultranacionalista e com ele, outros dois ladrões comuns.
Logo na primeira e mais urgente audiência, Jesus salva Barrabás. Naquela manhã a humanidade está totalmente representado ali por esses três indivíduos presos. Barrabás aqui representa as pessoas que terão uma grande parte de sua vida natural salvas. O Evangelho vai salvar a vida de muitas pessoas na terra (Is 1. 19). Salvas da miséria, da doença, do fracasso, da derrota, da angústia, da depressão e do fome. Jesus salva a vida de muitas pessoas na terra, a vida natural delas. De uma forma rústica é permitido entendermos que a prosperidade, em certos casos, comporta uma natureza salvítica. Mas isso não significa que recebendo esse tipo de salvação aqui, elas também serão salvas para a eternidade.
Barrabás simboliza aquelas pessoas cujo vida natural apenas são salvas. Muitas pessoas têm encontrado salvação para seus casamentos, salvação para a falência das suas empresas, dos seus negócios, do seu trabalho. Eles recebem uma receita cheia de ingredientes e princípios do Evangelho, aplicam e recebem livramento. Mas a gente não pode dizer se elas vão ser salvas no céu. Jesus é UM salvador completo, ele salva na terra, ele também salva na eternidade (Jo 10. 10). Mas para o bem da verdade esses dois aspectos podem ser separados, como bem desvendou Davi e Salomão: “Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra”. (Pv 3. 16)
Jesus então é entregue pela vontade dos sacerdotes e recebe no seu corpo os castigos que pertenciam a Barrabás, que aqui representa toda a humanidade. Ele carrega e depois é pregado na cruz, dali começa uma sessão de escárnios, de deboches, de humilhações. E em meio aquele turbilhão de emoções e sentimentos, o que fazia a cruz ser muito mais difícil, muito mais dolorosa, surge uma voz em tom de blasfêmia que diz: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós”. Mas então, do outro lado, surge a voz de um outro homem que diz: “Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”.
Em menos de seis horas, Jesus salvou em ilustração dois terços da humanidade. Ele salva o aspecto natural da vida de Barrabás e salva o aspecto espiritual da vida de Dimas (como é chamado pela tradição o ladrão da cruz que foi salvo). A autêntica, a legítima e a plena vida cristã é uma salvação que acontece na vida natural e na vida espiritual. Algumas pessoas têm muito êxito na vida espiritual, outras na vida material, e a salvação significa essas duas vidas acontecendo em equilíbrio. Não são dois aspectos desequilibrados, mas são dois aspectos acontecendo em equilíbrio. E esse equilíbrio é produzido ao longo de uma vida de obediência e fé. Lucas 23 serve para nos lembrar que salvação é o casamento perfeito do natural com o espiritual (o que chamamos mais adiante de igreja).
Jesus é poderoso para salvar todo mundo. Mas é claro, sempre haverá na história da humanidade gente que não receberá salvação, nem de uma maneira e nem de outra. Essas pessoas estão simbolizadas no ladrão que não se salvou de nenhuma forma.
Lucas vai revelar também essa sua compreensão mais uma vez em Atos 9 e 10, no ministério
de Pedro. Esse passando por duas
cidades, prega que Jesus salva o aspecto natural da vida. Em Lida ele curou
pelo nome de Jesus, Eneias e ressuscitou Dorcas em Jope. E no desfecho que lhe tira de cena, ele na Casa de Cornélio. Aqui
sim, pregando então o aspecto espiritual
do Evangelho. Na Casa de Cornélio não houve cura de paralíticos e nem tão pouco
ressurreição de mortos. Todavia, a
bíblia vai dizer então que Pedro não tinha terminado de pregar e o Espírito Santo
desceu sobre todos os que estavam na Casa de Cornélio (10. 44- 48).
CONCLUSÃO
DE UMA FÉ PLENA.
Mas temos que crescer, amadurecer espiritualmente e entender o aspecto pleno do evangelho. Deus quer que você tenha carro bom, quer que você tenha casa confortável, saúde invejável, mas Ele também quer que você vá para o céu (Mt 6. 33). Mas se carro bom, se a casa boa, se o emprego bom, atrapalhar você na sua caminhada para o céu, então isso não é benção e não é pleno.
Jesus é um salvador completo. Sua salvação diz respeito a essa vida e a próxima. Elas são as duas coisas acontecendo em fé e esperança, agora e sempre, dentro de todos os que creem. Ninguém pode ter uma relação desequilibrada dentro de si com essas coisas e chamar isso de salvação plena.
Esse é o legado do evangelista Lucas, nos mostrando que Jesus salva completamente. Ele nos salva de uma condenação no corpo, através do perdão dos pecados e da cura das doenças. Mas ele não só salva a história natural, também salva a história espiritual, ele também salva a vida para a eternidade. E juntando a história de Barrabás com a do ladrão da Cruz, a salvação se revela completa. O Pacto de Lausanne em 1974, resgata a integridade dessa verdade de Lucas em seus escritos: O Evangelho todo, para o homem todo e para todos os homens!
O Evangelho em que Jesus é o protagonista salva essa
vida de todas as formas de miséria e salva a próxima de todas as ameaças de
condenação eterna. E é por isso que o nosso coração se alegra em todo
progresso, seja ele material
ou espiritual, porque Ele – se permitirmos – nos salva
completamente.
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Grãos, reduto da cultura escrita.
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