Estudo - A Verdadeira Misericórdia É.
A VERDADEIRA MISERICÓRDIA É.
“Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas
vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” (Mateus 18. 21 – ACF)
É natural da ‘engenhosidade’ humana
aperfeiçoar mecanismos que lhe foram doados por meio de ensinos (Mt 5. 27, 28).
A tradição rabínica ensinava sobre a
necessidade de se perdoar uma pessoa três vezes, caso houvesse o pedido por
isso. Pedro achou que ampliando a regra judaica que lhe
foi ensinada, para
sete, estaria ele inovando a tecnologia de relacionamentos.
Logo a ‘centelha’ por ele provocada, se
tornaria num incêndio sem proporções. Por que Jesus lhe ensinaria o que de fato
importa. O ‘ensino’ não é sobre o número de vezes que uma coisa deve ser usada
com excelência. Mas, da disponibilidade de seu uso
diante de uma real necessidade. R.N. Champlin, em seu Comentário Bíblico Versículo por Versículo,
do NT, concorda comigo ao afirmar
que: “É óbvio que é impossível que alguém ofenda por
tantas vezes a outrem que precise arrepender-se sete vezes num dia só”.
(Mateus, pág. 472, notas do vs. 22)
“Então aquele servo, prostrando-se, o
reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei”. (v.
26)
Ninguém pode dar uma coisa assim, se ela não
for solicitada (Sl 40. 11; 51. 1). Misericórdia
mal aplicada não faz nada além do que premiar a injustiça. Ela é verdadeira,
por que nasce da consciência de quem precisa dela, e o dá testemunho disso,
quando verdadeira, sua própria essência, que doravante passa a carregar as
ações da pessoa (Hb 4. 16). É disso que
Jesus está tratando com Pedro,
da essência que nele deve estar! Uma vez que conhecemos a “Misericórdia
de Deus”, ela passa a interagir com nossos planejamentos; integrar as nossas novas atitudes (I Tm 1. 13/I Pe 2. 9, 10).
Era
um assunto de natureza ‘eclesiástica’. Pedro, como futuro líder do colégio apostólico e
fonte preciosa para outros 2 Evangelhos, precisava ser bem orientado. Por que a
obra de Deus não se faz com tolices e
injustiças (Tg 2. 13). Coisas que
brotam de um falso exercício de misericórdia. Logo, Jesus libera para Pedro e
os demais discípulos, uma parábola. A
parábola é para que os líderes da igreja aprendessem a reconhecer a verdadeira
misericórdia. Pois disso dependeria a saúde da comunidade de fé (por favor, leia Atos
5. 1- 11).
Então esse meu ‘amigo antigo’ me falou desse mau
líder que passou por sua vida como um pesadelo. Paranoico,
egoísta, ganancioso, soberbo, iracundo, faccioso, carnal e autoritário.
Que feriu ele é sua família, ao ponto de lhes obrigar a trocar de congregação,
depois de mais de uma década congregando no mesmo prédio. Foi mais do que uma
situação pontual. Com a ajuda de seu presbitério,
esse mau pastor, repete anos após ano as mesmas ações na vida de outros. Por
que nessa denominação, a qual ‘meu amigo’ fazia parte, a liderança acredita que
sabe exercer misericórdia (Tg 3. 17).
“Então
aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para
comigo, e tudo te pagarei”. (v. 26)
A misericórdia para ser verdadeira, começa com
uma adoção de postura
(v. 26). Alguém que já passou por isso reconhece o processo para repetir e avaliar (v. 27). É aritmético
que um arlequim, disfarçado de pastor, irá ter muito sucesso em
destruir vidas, junto a um presbitério que deseja inovar como Pedro em seus
primeiros passos espirituais (v. 21).
Um, cujo coração encontrou misericórdia, jamais vai impor aos outros processos
vexatórios, quando solicitado em semelhante experiência pessoal anterior (v. 29/Os
6. 6a).
“Jesus lhe disse: Não te digo que até sete;
mas, até setenta vezes sete”. (v. 22)
A Literatura
Bíblica nos chama a atenção para as proporções aplicadas na parábola. Da
diferença enorme entre os valores das dívidas. Por um lado, Jesus ensinava a
Pedro que a misericórdia
é necessária e valiosa mesmo quando o que está em questão é de ‘pequeníssimo’
valor (Se você fracionar algo em 7 pedaços,
ela diminui de importância por 7. Se você fracionar algo em 70X7 pedaços, ele
diminui sua importância para algo perto do ridículo. O ensino de Jesus é sobre
a qualidade da resposta que se oferece em toda e qualquer circunstância. - Fl
4. 11- 13). Ainda que seja assim, ela precisa se fazer presente. Por outro
lado, aquele servo estava com seu coração ainda
sob efeito do trauma da questão (v. 25). Pastores que foram traídos, enganados, abandonados, deixados de
lado, menosprezados e esquecidos em congregações distantes, correm o risco de adquirem
com o tempo disso, esse mesmo tipo de trauma,
caso o coração não tenha provado da misericórdia divina (v. 28). Nesses casos,
espancar emocionalmente seus liderados e ovelhas é apenas fruto
disso (I Pe 5. 1- 4).
“Vendo, pois, os seus conservos o que
acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se
passara”. (v. 31)
O
que uma falsa misericórdia provoca hoje em dia?
Escândalos, nada mais (v. 31; 24. 12/Lc 17. 1, 2/II Co 4. 1). Mas quando um “presbitério” é maduro para aceitar que
não é dono da misericórdia, os estragos quase não atingem muitos (v. 32). Pedro
precisaria entender que pessoas sem misericórdia não devem exercer o governo da igreja,
que suas más atitudes, testemunhadas muitas vezes (sic) por outros, precisa de
resposta esclarecedora e supressiva
(vs. 32- 34).
Junto
desse meu amigo, eu fico a pensar nas gerações que se
perderam por práticas – ditas divinas – desses Presbitérios inovadores. Que
insistem em alegar que possuem poderes celestiais para por meio de seus atos de
misericórdia corrigir corações que nunca desejaram compaixão para suas ações.
Como uma IGREJA pode exercer misericórdia se seus líderes não sabem o que isso
significa? A verdadeira misericórdia
cria novas oportunidades (II Co 5. 17). E as que não são, criam novas injustiças (Ap
2. 9). E essa última sentença vai te ajudar a estar entre os que são do SENHOR (II
Tm 2. 19).
Ney Gomes. Outubro/2016. Twitter@neygms
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
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