Devocional - As Cores da Esperança! (reeditado 2016).

AS CORES DA ESPERANÇA.

"... se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine".
                                                                                                                   (I Cor 13. 1b - NVI).

"Então chegaram a Jericó. Quando Jesus e seus discípulos, juntamente com uma grande multidão, estavam saindo da cidade, o filho de Timeu,  Bartimeu, que era cego, estava sentado à beira do caminho pedindo esmolas. Quando ouviu que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: 'Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!'  Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: 'Filho de Davi, tem misericórdia de mim!' Jesus parou e disse: 'Chamem-no'. E chamaram o cego: 'Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando'. Lançando sua capa para o lado, de um salto pôs-se em pé e dirigiu-se a Jesus.  'O que você quer que eu lhe faça?', perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: 'Mestre, eu quero ver!'  'Vá', disse Jesus, 'a sua fé o curou'. Imediatamente ele recuperou a visão e seguiu Jesus pelo caminho". 
                                                                                                     (Marcos 10. 46-52 – NVI).


As cores fornecem algo essencial a nossas vidas! A necessidade que temos de traduzir nosso estado de espírito ao mundo. Pela presença das cores sabemos quem está triste, alegre, apaixonado ou mesmo amargurado. Evidente é que em toda regra há exceções, mas nesse caso elas são exceções raras. As cores são usadas para curar doenças, para vender produtos, para sinalizar, para indicar perigo e segurança. É difícil para nós que enxergamos entender a vida sem cores.



Existiu um homem sem nome, filho de Timeu, cego, numa cidade chamada Jericó, cuja vida vai nos ensinar como ver em Jesus, o que muitos não vêem apesar de ter essa plena capacidade. No mundo de Bartimeu, o som era as cores de sua vida. Pelos sons ele sentia o estado de espírito das pessoas ao seu redor. Mas por mais festivos que fossem os sons, por mais alegres, Bartimeu sabia que não passava de sons vazios (eu penso que o mundo continua fazendo o mesmo som; vazio de Deus).

Mas houve um dia em que o som veio acompanhado de um grande tremor de terra. Geralmente Bartimeu ouvia coisas que pessoas normais não ouvem. A sua dificuldade em ver, lhe obrigava a manter seus outros sentidos sempre em alerta. Desde a morte se seu pai, seus sentidos eram as únicas coisas que velavam por seu bem estar. No meio do povo, ele conseguia distinguir sons de sons, sons por sons e sons de som. Logo quando a terra vibrou, ele começou a tentar entender o motivo de tão grande alvoroço, e à medida que a multidão ia se aproximando, o barulho (característico de um grupo de pessoas sem harmonia) ia se tornando em som de coral. Não demorou muito para que aquele som se tornasse numa grande substância de esperança que atende pelo nome de JESUS! (Vale a pena reafirmar que Jesus faz um som diferente, faz um movimento diferente, faz as pessoas serem diferentes!).

Esse som não era para Bartimeu um som qualquer, para ele esse som estava intimamente ligado a esperança e a vida. Onde ele era pronunciado coisas milagrosas aconteciam, esse som significava mais que uma esperança, ele representava uma promessa que Deus havia cumprido ao povo de Israel. Para Bartimeu Jesus, era o filho de Davi, aquele que ajudou o egípcio, que chamou à sua mesa o coxo. Para Bartimeu Jesus tinha o mesmo coração misericordioso de seu pai Davi. O Mestre estava cercado por grande multidão, pessoas felizes, pessoas clamando, pessoas cantando, pessoas conversando, dando testemunhos das coisas que Jesus fazia pelas pessoas. Ao seu redor havia tudo, menos silêncio. Assim como Bartimeu, Jesus também distinguia bem os sons, Ele também sabia que naquele barulho havia muito vazio. Se todas aquelas pessoas ao seu redor tivessem ao menos fé, o mundo e a sua história teriam mudado radicalmente. Tocando nas pessoas, falando com elas, sorrindo para as crianças, Curando os doentes, Jesus fazia a vontade do Pai. Nesse momento as pessoas comprimiam Jesus, lhe apertavam e clamavam por sua atenção de forma ensurdecedora.


Mas nada é mais ensurdecedor que o clamor de um coração com fé: “Jesus, Filho de Davi, Tem compaixão de mim! Era um grito diferente, ele parecia romper a multidão, abafar os outros sons. As pessoas ao seu redor, sentiam-se diminuídas de uma forma tão estranha que resolveram por conta própria lhe calar a boca: “Cale-se homem, não está vendo que o mestre está ocupado!” Quanto mais eles o repreendiam por conta de seus egoísmos, mais ele gritava, gritava e gritava (aliás, é comum dos incrédulos que vivem disfarçadamente dentro da igreja, ocupando os mais variados cargos, querer calar a voz daqueles que tem fé verdadeira). Concordamos todos nós que gritos não convencem Jesus a operar em favor de alguém, mas aquele homem tinha algo a mais: “Ouço alguém me chamando” – Disse Jesus.
Os discípulos lhe disseram: “Mestre, todos te chamam, a multidão te grita seu nome histericamente”.
Mas replicou Jesus: “Ouço alguém me chamando”.

À medida que Bartimeu gritava, os passos de Jesus iam diminuindo, ele gritava e Jesus ia parando lentamente. Jesus ouviu a cor da esperança, Bartimeu não sabia, mas Jesus conseguia ver o mundo pelos sons. Certa vez diante de Fariseus Ele disse: “Sepulcros caiados!”.
Nos últimos dias da igreja sobre a terra, nenhum outro sentido físico fará tanta diferença quanto à audição (Ap 2. 7a). Para Jesus os fariseus emitiam um som de morte, um som vazio, um som frio. Mas Bartimeu era diferente. Deus não vê como os homens veem. Deus vê o coração, vê as cores que existem num clamor. A vida é bem mais que enxergamos e sentimos. Eu acredito que naquele dia de páscoa somente Bartimeu entendeu o brado de Jesus na Cruz (Jo 19. 30).


Bartimeu sabia que o que havia sido consumado era a maior obra prima de Deus. Um quadro pintado com cores diferentes, um quadro com cheiro de vida. Um quadro que ele agora poderia ver também com os olhos naturais (Hb 10. 19, 20/II Coríntios 5. 7).

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